Gestores do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) propuseram repetir questões de edições anteriores no Enem 2022. A proposta foi registrada em um documento interno, que já foi enviado ao presidente do órgão, Danilo Dupas, e ao qual o UOL teve acesso. Os gestores do instituto acreditam que esta seja uma possível solução para a escassez do Banco Nacional de Itens (BNI), responsável por fornecer itens para as diversas avaliações desenvolvidas para o Inep, em especial para o Enem.
Em novembro do ano passado, servidores do Inep adiantaram ao jornal O Globo que não havia questões disponíveis para o exame de 2022 no BNI. O documento acessado recentemente pelo UOL confirma o problema. Segundo a reportagem, a proposta inclui uma tabela com o total de itens novos, pré-testados e “pré-testados adequados” — ou seja, os que estão “prontos” para o exame. Na área de Linguagens, por exemplo, há apenas 43 itens pré-testados adequados.
Ao todo, o exame é composto por 180 questões, mas é necessário ter ao menos duas provas por ano, caso haja reaplicação. Por conta da pandemia e das sucessivas crises no órgão, não foram feitos novos itens em 2020 e 2021. “Considerando a possibilidade de reutilizar 4.680 itens, que foram aplicados para milhões de candidatos nas edições realizadas no Enem, não haverá a necessidade de executar novos pré-testes para viabilizar as edições 2022 e 2023”, diz o documento interno publicado pelo UOL. De acordo com a proposta, então, a edição 2022 do Enem poderá utilizar itens inéditos e itens já utilizados em edições anteriores.
Críticas à proposta
Os coordenadores e diretores do órgão que assinaram a proposta foram Robério Alves Teixeira, coordenador-geral de Instrumentos e Medidas, Michele Cristina Silva Melo, diretora de Avaliação da Educação Básica, Ricardo Freitas da Silva, coordenador-geral de Desenvolvimento da Aplicação e Jôfran Lima Roseno, diretor de Gestão e Planejamento.
Todos os nomes são recentes na administração do órgão e entraram após a pior crise do Inep, em novembro do ano passado, quando mais de 30 servidores pediram exoneração coletiva. Isso causou crítica por parte dos servidores mais antigos. À reportagem do UOL, um grupo de funcionários afirmou que os quatro nomes envolvidos não têm experiência prévia com a aplicação do Enem, e, assim, não apresentam perfil técnico para tomada de decisões como essa de usar questões antigas do exame.
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