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Enem: fazer as questões na ordem em que aparecem pode diminuir nota

Entenda qual é o melhor método de organização na hora da prova

Por Giulia Gianolla
Atualizado em 8 nov 2022, 14h57 - Publicado em 13 jan 2021, 18h27
caderno
 (GE/Guia do Estudante)
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Resolver a prova do Enem na ordem, da primeira até a última questão, até parece intuitivo, mas pode diminuir a nota dos participantes! Pelo menos, é isso o que afirmam o educador Mateus Prado, o professor Ivys Urquiza e o engenheiro de computação Murilo Vasconcelos, especialistas em questões relacionadas ao exame. Eles analisaram os dados de várias edições do Enem para demonstrar como a posição de uma questão na prova influencia qual vai ser a dificuldade dela para cada aluno.

+ Saiba também como organizar seu tempo na prova do Enem

A posição da questão interfere no meu desempenho?

Cada questão do Enem pode aparecer em quatro posições diferentes, uma em cada uma das quatro cores de caderno de prova que os alunos recebem.

De acordo com os dados compilados pela AIO Educação, que trabalha com inteligência artificial para a preparação para o exame, uma mesma questão de linguagens no Enem 2019 teve porcentagens de acerto muito diferentes de acordo como a posição na prova:

  • Posição 12: 35,72% de acertos
  • Posição 26: 20,04% de acertos
  • Posição 34: 18,88% de acertos
  • Posição 42: 19,07% de acertos.

Outro exemplo foi a primeira questão de matemática (prova azul) da edição de 2019:

  • Posição 1: 65,40% de acertos
  • Posição 8: 58,19% de acertos
  • Posição 37: 45,99% de acertos
  • Posição 42: 44,09% de acertos

O que esses dados querem dizer?

Repare como, nas provas em que a questão estava mais próxima do início, a porcentagem de acerto foi maior! De acordo com os especialistas, essa diferença é mais intensa na prova de Linguagens. No entanto, a regra de que quando as questões estão nas últimas posições na prova elas têm menor probabilidade de acertos acontece também nas outras três provas objetivas do Enem.

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Isso significa que, independentemente do nível de dificuldade da questão, quanto mais ao fim da prova, menores as chances do participante de acertá-la. O gráfico abaixo, organizado por Murilo Vasconcelos, diretor de tecnologia da AIO Educação, demonstra bem este padrão:

Gráfico organizado por Murilo Vasconcelos, diretor de tecnologia da AIO Educação. Nele, se vê que a taxa de acertos vai caindo ao longo da prova, independente da dificuldade das questões ou da cor do caderno.
Gráfico organizado por Murilo Vasconcelos, diretor de tecnologia da AIO Educação. (Murilo Vasconcelos/Reprodução)

Ok, então qual a solução?

Vasconcelos explica que a prova do Enem é muito longa e que o aluno precisa usar os dados de inteligência sobre o exame a seu favor, tanto na preparação como na estratégia de prova. O melhor método, segundo ele, é responder primeiro as questões mais fáceis quando for fazer as provas. “Só isto sozinho dá cerca de uma questão a mais inteira de graça em cada prova”.

O embaixador do YouTube EDU Ivys Urquiza, professor do canal Fisica Total, ressalta que “muitos estudantes perdem tempo insistindo em questões de maior dificuldade simplesmente para resolver os itens na ordem que se apresentam na prova”.

Segundo ele, ao fazer isso, o aluno compromete seu desempenho no exame já que, fatalmente, perderá pontos que ganharia se respondesse antes às perguntas de menor dificuldade distribuídas no resto da prova.

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Mateus Prado, educador especialista em Enem, e com publicado na área, dá a dica: “em toda prova longa sempre deve-se começar a resolver as questões pelas mais fáceis e depois passar para as que não são tão fáceis”.

Se esta já era a regra a ser cumprida em provas como a da Fuvest, a da OAB e as de concursos públicos, por exemplo, no Enem é ainda mais importante, por causa do cálculo da nota, baseada no TRI. Prado lembra que se for para errar é bem melhor errar as questões que menos pessoas acertam.

“Para fazer o Enem, é preciso ter uma estratégia baseada em como que é o percurso da prova e em como que ele foi percorrido por quem já o fez antes”. Comparando com a Fórmula 1 ou um rally de carros, ele explica: “quem conhece melhor o circuito vai melhor na prova”.

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