Estudantes de todo o Brasil encararam, neste domingo (12), o segundo dia de provas no Enem 2023. No total, foram 45 questões de Ciências da Natureza e 45 de Matemática. Segundo os professores ouvidos pelo GUIA DO ESTUDANTE, o exame não apresentou grandes surpresas, seguindo o padrão de anos anteriores.
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“No geral, foi uma prova muito dentro do ‘padrão Enem’. Vários textos e recursos visuais, como gráfico, tabela e formas geométricas. Além disso, houve muita contextualização, dessa forma, as questões não pareciam ter sido extraídas de um livro didático. As perguntas exigiam que o candidato associasse o conhecimento específico das disciplinas de Biologia, Química, Física e Matemática a noções do cotidiano”, afirma Sérgio Paganim, diretor do Curso Anglo.
“Terem colocado duas questões envolvendo covid-19 e imunização pode ser considerado como um tópico atual e relevante, tendo em vista toda a discussão da vacina nos últimos anos”, completou Daniel Balbinot, coordenador pedagógico do Poliedro Curso.
Além disso, um destaque é que prova foi, no geral, equilibrada, contendo questões de todos os níveis de dificuldade quase que na mesma proporção. Algumas questões também era interdisciplinares, mas no geral, foram bem divididas entre os seus respectivos temas.
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Mesmo com esse equilíbrio, o exame demandou atenção dos candidatos. “Aconteceu o que já se esperava: textos longos. Em Matemática, por exemplo, os textos foram bem trabalhosos, assim como os cálculos”, diz Wander Azanha, diretor do Curso Pré-Vestibular da Oficina do Estudante. Ele explica que é difícil tirar dados de um texto grande para transformá-los em algo palpável. Por isso, o estudante tinha de ler com bastante tranquilidade e concentração para conseguir resolver a prova.
Confira abaixo os comentários de professores sobre cada uma das disciplinas desse segundo dia:
Matemática
A prova de Matemática não teve grandes surpresas em relação aos temas abordados, explorando assuntos clássicos como probabilidade e geometria, e sem deixar de associar os conteúdos ao cotidiano. Problemas que exigiam a interpretação de gráficos e tabelas também estavam presentes, como nos anos anteriores.
Um ponto de destaque que diferenciou o exame de 2023 foram as questões com cálculos um pouco mais trabalhosos e enunciados mais longos – que exigiam um cuidado maior para obter as informações necessárias para a resolução. O candidato que não se organizasse bem com essas interpretações poderia, por exemplo, ser induzido ao erro pela grande quantidade de informações, dados e etapas exigidas pelas questões.
A prova foi conteudista e estava bem equilibrada, com questões fáceis, médias e difíceis, dentro do padrão esperado.
Surpreendeu o fato de, neste ano, não haver questões sobre projeção ortogonal e planificação, pois é algo recorrente no exame (no ano passado foram três questões envolvendo tais assuntos). Matriz ficou mais um ano ausente, enquanto logaritmo voltou para esta edição, em uma questão sobre nível de intensidade sonora. Razão, proporção e porcentagem mantiveram a presença de sempre na prova, assim como as questões envolvendo medidas de tendência central.
Biologia
A prova de Biologia foi bem distribuída em termos de conteúdo, abrangendo ecologia, botânica, citologia (um dos temas mais cobrados historicamente), parasitologia e genética.
O exame surpreendeu pelo número de perguntas de botânica. Mesmo que a temática sempre tenha marcado presença no Enem, desta vez as questões abordaram conteúdos diretos da matéria. A ecologia, que normalmente aparece em muitas questões, foi explorada em apenas duas nessa edição.
Em relação à prova do ano passado, os professores consideram um nível de dificuldade menor, porque as questões foram mais diretas. Embora ainda seja uma prova conteudista, os textos ajudaram a responder as questões. Algumas, inclusive, dependiam apenas da leitura e do entendimento do texto ou dos recursos visuais para acertar a resposta.
A prova abordou os conteúdos de maneira clássica, sendo bem balanceada entre questões fáceis, médias e difíceis.
Física
Os professores avaliaram que a prova teve uma dificuldade mediana porque foram apresentadas questões muito fáceis e questões difíceis. Mas foi uma prova conteudista. O candidato precisava ter um grande domínio de quase toda a teoria de Física para responder as questões que foram apresentadas.
Caiu bastante mecânica, fenômenos térmicos, ondulatória – assunto que exige menos cálculo e mais percepção do fenômeno.
Foram questões bem contextualizadas, cuja leitura foi essencial para chegar à resposta. Isso significa uma prova bem abrangente. Exigiu o domínio de leitura de gráfico, interpretação de figuras e aliar conteúdos a todos esses contextos. Em edições anteriores, os textos de base podiam até ser, de alguma forma, desconsiderados. Nesse ano, eles foram essenciais.
Química
A prova de Química foi bastante tradicional, conteudista e conceitual, com poucos cálculos. Ela não teve uma divisão equilibrada entre as diferentes áreas da Química, já que assuntos tradicionalmente cobrados, como eletroquímica, equilíbrio químico e deslocamento, radioatividade e meia vida, não apareceram na edição deste ano.
Foram apresentadas questões envolvendo gases e cálculos. Também perguntas sobre solubilidade, forças intermoleculares e um número maior do que o esperado de questões de química orgânica.
As questões mais difíceis foram aquelas que envolveram cálculo estequiométrico e cálculo de fórmulas, além das que traziam conteúdos específicos, como a dureza da água e o caráter iônico de ligações. De um modo geral, foi uma prova com dificuldade equilibrada, porém era preciso ter conhecimento prévio dos conteúdos.
Colaboraram
Curso pré-vestibular Oficina do Estudante: Wander Azanha, diretor pedagógico; Eduardo Camolese, professor de Matemática; André Bourg, professor de Biologia; Márcio Moraes, professor de Física; e Walcyr Sant’Anna, professor de Química.
Curso Anglo: diretor Sérgio Paganim.
Poliedro Curso: Daniel Balbinot, coordenador pedagógico; Bernardo Hallack Fabrino, coordenador pedagógico; Amanda Ribeiro, coordenadora pedagógica; Andrea Godinho, coordenadora geral; e Bruno Machado, editor de avaliações.
Calendário Enem 2023
Primeiro dia de prova: 5 de novembro;
Segundo dia de prova: 12 de novembro;
Divulgação do gabarito: 14 de novembro;
Reaplicação: 12 e 13 de dezembro;
Divulgação dos resultados: 24 de janeiro de 2024.
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