4 dicas de quem já tirou mil na redação do Enem
Eles entendem do assunto e indicaram algumas estratégias que podem melhorar a sua nota nessa etapa

A redação do Enem costuma gerar ansiedade e receio nos candidatos. Afinal, é uma etapa importante, que tem um impacto grande nas notas e exige uma preparação a longo prazo. Sim, este é um recado para você começar a estudar para o exame deste ano o quanto antes! Não faz ideia de por onde iniciar? Que tal pegar algumas estratégias com pessoas que as aplicaram e tiveram um baita sucesso?
O GUIA DO ESTUDANTE conversou com candidatos que tiraram a nota máxima na redação do Enem e reuniu o que eles fizeram de melhor para conquistar esse resultado. Confira abaixo.
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Dê atenção à frase tema – ela não está lá à toa
Isabelle Vitória Cardoso Lopes, que tirou nota mil em 2023, conta que é importante dar valor a frase que a banca indica como tema e, por mais que ela seja longa, nada de encará-la como uma enrolação – ou pressupor que a banca está “enchendo linguiça”.
“Eu tive que entender que as palavras estão no tema por um propósito. Nenhuma preposição, um artigo ou uma vírgula está ali aleatoriamente. Quem criou o tema colocou cada coisa ali com um propósito”, afirma.
Ela deu o exemplo da redação do Enem 2015, em que os estudantes deveriam escrever sobre a persistência da violência contra a mulher no Brasil. Quem falasse apenas sobre essa violência provavelmente perderia pontos – era necessário também explorar a razão do problema persistir na sociedade.
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Além dos estudos
De que adianta horas e horas de preparação se, na hora da prova, o seu emocional não der conta de encarar o vestibular? E essa é justamente a outra dica da Isabelle.
Em 2021, ela começou a ter crises de ansiedade frequentes, chegou a emagrecer cinco quilos e ia para o hospital com frequência. Mas, no ano seguinte, a estudante percebeu que precisava cuidar da saúde mental se quisesse ser aprovada no vestibular. Buscou a ajuda de um psiquiatra e passou a fazer terapia para lidar com a ansiedade e a depressão, que trata ainda hoje.
“Eu entendi que eu precisava consertar o meu mental para conseguir consertar todo o resto, e minha vida mudou de fato”, reflete.
Constância e dedicação
Não existe fórmula mágica. Para se dar bem na redação, é preciso treino, empenho e um estudo a longo prazo.
Samille Malta, que tirou nota máxima na redação do Enem 2024, conta que escrevia uma redação por semana, a partir de eixos temáticos definidos em aula, e sempre submetia à correção. E como isso a ajudou em termos práticos? Embora não tenha escrito exatamente sobre o tema cobrado aquele ano, ela já havia elaborado redações sobre temas parecidos, o que facilitou na hora de articular os argumentos.
Se pudesse dar um conselho para quem fará o Enem este ano, a estudante diria para se dedicar ao longo de todo o ano – o que, segundo ela, é tempo de sobra. “Acho que a gente tem que confiar mais, ficar mais tranquilo, focar em estudar e fazer nossa parte”, finaliza.
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O bom e velho repertório
Para conquistar a nota máxima, é preciso trazer algo a mais para a sua redação. E é isso que a sua bagagem cultural faz.
Para essa estudante, o que fez a diferença foi seu modo de estudar. “O essencial eu fiz: não deixar de praticar, de ler, de buscar informações. Quando eu me deparava com um tema sempre buscava mais informações em jornais, revistas”, explica a jovem. “Eu não acho que você tem que se dedicar com exclusividade à redação e deixar de lado as outras matérias, mas também não pode parar de praticar”. Quem disse isso foi a Anna Beatriz Rebouças, que conquistou a nota mil em 2024 justamente citando um livro que leu anteriormente.
O tema era “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil” e ela citou Torto Arado, do Itamar Vieira Junior. O livro, ambientado em uma fazenda fictícia na Chapada Diamantina, acompanha a história das irmãs Bibiana e Belonísia, marcadas por um acidente na infância. Conforme as duas crescem, o leitor imerge no cotidiano da família de trabalhadores rurais, descendentes de escravizados e ainda hoje vítimas de violência.
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“Eu citei os elementos da cultura afrodescendente, as religiões de matriz africana, tudo isso que é abordado no livro, e que não é valorizado no Brasil. Quando eu vi aquele tema senti realmente que deveria articular esse livro”, recorda.
E a Anna dá ainda mais uma dica: priorize e valorize repertórios brasileiros – afinal, o Inep sempre cobra um tema relacionado ao contexto nacional.
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