Você costuma estudar sempre da mesma forma, mas os resultados das provas e dos simulados não estão sendo muito eficientes? Então é hora de você conhecer as dicas da cientista Barbara Oakley.
Ela é professora de Engenharia na Universidade de Oakland (EUA), pesquisadora de psicologia cognitiva e coautora do best-seller “Aprendendo a aprender para crianças e adolescentes – Como se dar bem na escola”. A especialista também criou um curso on-line gratuito (com o mesmo nome de seu livro), que teve mais de 1,7 milhão de pessoas inscritas.
O GUIA DO ESTUDANTE selecionou cinco dicas apresentadas por Oakley em seu livro. Que tal colocá-las em prática para turbinar seus estudos?
Empacou em um exercício e não sabe mais como continuar?
Oakley explica que o cérebro trabalha de duas formas diferentes, que se complementam durante o aprendizado: o modo focado (quando estamos prestando atenção ao professor em uma aula, por exemplo) e o modo difuso (quando estamos fazendo alguma atividade relaxante, como uma caminhada ao ar livre).
“O cérebro precisa alternar entre o modo difuso e o focado para aprender de forma efetiva”, afirma a especialista em seu livro. Ou seja, relaxar a mente permite encontrar soluções para os problemas. Já aconteceu com você, ao acordar depois de um boa noite de sono, ter ideias criativas? Seu cérebro ficou no modo difuso enquanto dormia e isso contribuiu para desenvolver sua criatividade.
Alternar o modo difuso e o focado também vale para os estudos, principalmente se estiver empacado em algum capítulo, sofrendo com o Efeito Einstellung.
“Quando você estiver empacado em um exercício de matemática, o melhor a fazer é mudar o foco e estudar um pouco de geografia. Assim, você conseguirá avançar quando voltar à matemática”, diz Oakley. Ou faça pausas de 5 a 10 minutos com uma atividade relaxante. E ela ainda faz um alerta: “Não deixe o mais difícil para o fim, pois você já estará cansado e sem tempo para a aprendizagem difusa”.
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Esquece, com facilidade, o que leu e aprendeu na escola?
Já aconteceu com você: presta atenção nas aulas, mas ao fazer as tarefas de estudo em casa, esquece o que foi ensinado pelo professor? Ou, ao ler um livro, tem dificuldade de memorizar seu conteúdo? Se você sofre com isso, Oakley faz um alerta: “Não se engane: quando você apenas lê suas anotações, a informação não entra na cabeça”.
Para turbinar a memória, a autora ensina uma técnica chamada de “recordar ativamente”, que significa trazer ideias-chave de volta à mente. Como funciona? O primeiro passo é ler o texto e anotar as ideias principais na margem do livro ou em um caderno. Depois de ler alguns trechos, tire os olhos do livro e tente se lembrar das suas anotações. Repita-as na sua mente ou em voz alta, se possível várias vezes ao longo do dia, em horários e lugares diferentes. Segundo a autora, essa técnica ajuda a memorizar as informações e a construir o entendimento. Ela é parecida com a técnica de leitura Savoring.
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Tem o hábito de deixar estudos e tarefas para a última hora?
Você já se perguntou: por que devo estudar hoje se a prova é só na próxima semana? Melhor estudar na véspera? Oakley explica que deixar os estudos para a última hora, ou seja, procrastinar, atrapalha o cérebro na hora de aprender.
“Quando aprendemos algo novo, precisamos revisar logo, antes que as espinhas dendríticas e as conexões sinápticas (termos técnicos que se referem à atividade em nossos neurônios durante a aprendizagem) comecem a desaparecer. Se elas desaparecerem, temos de começar o processo de aprendizagem todo novamente”, explica a cientista em seu livro.
Como evitar a procrastinação? Oakley sugere a estratégia da recompensa. Primeiro: desligue todas as distrações (TV, celular, música ambiente etc.). Em seguida, marque em um temporizador 25 minutos. Ao longo desse tempo, concentre-se apenas nos estudos. Não vale interromper essa atividade para dar uma espiadinha nas redes sociais, hein!
O despertador tocou avisando que o tempo acabou? Agora é hora de você se dar uma pequena recompensa. Pode ser ouvir uma música, brincar com o pet, assistir a um vídeo ou comer uma guloseima. A recompensa vai deixar você no modo difuso e o ajudará a descansar, para então retomar o aprendizado com mais eficácia.
Já experimentou estudar por conta própria? Isso potencializa o aprendizado
Você costuma estudar só o que é pedido pelos professores, ou vai além nos seus estudos? “Aprender por conta própria é uma das maneiras mais profundas e eficazes de aprender”, diz a especialista. Segundo ela, assumir a responsabilidade por sua própria aprendizagem pode ajudar o estudante a pensar de forma independente, desenvolver sua autonomia e ter mais sucesso em seus estudos. Oakley cita algumas das pessoas mais poderosas e renomadas que foram autodidatas, como Bill Gates, Steve Jobs e Mark Zuckerberg.
Quer mais uma vantagem em ser autodidata? Estudando além dos materiais didáticos da escola, você tem uma chance maior de responder aquelas perguntas estranhas que, às vezes, surpreendem os alunos nas provas.
“Um segredo dos professores de matemática e ciências é que, muitas vezes, eles buscam as perguntas das provas em livros que não são usados no curso. Afinal, é difícil inventar novas perguntas para as provas a cada semestre. Isso significa que, muitas vezes, há pequenas diferenças na terminologia ou abordagem nas perguntas da prova, o que pode prejudicar seu desempenho, mesmo se você souber bem o material apresentado nas aulas”.
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Você sofre de ansiedade antes das provas e avaliações?
Você fica nervoso quando faz provas na escola ou presta vestibulares? isso acontece porque o corpo produz substâncias químicas, como o cortisol, quando está sob tensão. Isso pode causar mãos suadas, coração palpitante e um nó no estômago. Segundo Oakley, tudo depende de como você interpreta esses sintomas.
Qual é a história que você conta para si mesmo explicando por que está estressado? “Se você mudar a sua perspectiva de ‘esta prova me deixou assustado’ por ‘esta prova me deixou energizado para dar o máximo!’, isso pode provocar uma melhora significativa em seu desempenho”.
Outra boa dica da cientista é, momentaneamente, desviar sua atenção para a respiração. Relaxe o estômago, coloque a mão sobre ele e lentamente respire fundo. Você enviará oxigênio para as áreas críticas do cérebro. Isso sinalizará que tudo está bem e ajudará a acalmá-lo na hora da prova.
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