6 vereadoras que trazem mudança no perfil das câmaras brasileiras
Algumas pioneiras, outras recordistas em votos, vereadoras eleitas fazem história nas eleições de 2020
Por muito tempo, a política brasileira ficou marcada como um ofício de homens, majoritariamente brancos, majoritariamente mais velhos. Mas as eleições municipais de 2020 deram um passo importante para o aumento da diversidade nas câmaras brasileiras. Várias cidades elegeram pela primeira vez representantes da comunidade trans, mulheres negras e pessoas de origem periférica. São Paulo elegeu um número recorde de mulheres: foram 13 das 55 cadeiras (e é bom lembrar que foram só 6 na eleição de 2012). Em Porto Alegre, o número de mulheres também dobrou, de 5 para 11, mas participação de negros ainda é pequena, 5 dos 36 vereadores. Por outro lado, entre os prefeitos, só 12% dos eleitos em primeiro turno são mulheres, e o número de candidaturas não aumentou em relação a 2016. Ou seja: há um longo caminho pela frente.
Mas o GUIA separou 6 candidatas eleitas que personificam o aumento da representatividade em seus municípios:
Erika Hilton (São Paulo)
A primeira mulher trans eleita pela cidade de São Paulo é também a mulher mais votada no município. Erika Hilton (PSOL) recebeu 50.508 votos e ficou em 6º lugar na colocação geral de candidatos. Ela, que ao longo da campanha, levou o lema de “transformar a política”, se manifestou em seu Instagram sobre um novo perfil para a Câmara dos vereadores: “Essa cara é preta, é viada, é travesti, é de mulher. É a inovação e a juventude chegando.”
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Duda Salabert (Belo Horizonte)
A vereadora mais votada na história de Belo Horizonte é a professora de literatura Duda Salabert (PDT), com 37.613 votos. Primeira mulher trans eleita na capital mineira, é a idealizadora da ONG TransVest, que luta pela inserção de transexuais e travestis na sociedade pela educação. Na manhã após sua vitória, veio a público em suas redes e contou aos eleitores: “Estou na política, mas sou professora. Independente do cargo que eu estiver, continuarei dando aulas.”
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Carol Dartora (Curitiba)
A professora de História e doutoranda em Educação comemorou não só os 8.874 votos que recebeu para a Câmara de Curitiba, mas também o fato de ser a primeira mulher negra eleita para o Legislativo municipal. Entre suas bandeiras estão a redução do preço da passagem do transporte público e da violência contra a juventude negra, grande vítima de homicídios com armas de fogo no Brasil.
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Linda Brasil (Aracaju)
Assim como em BH, a pessoa mais votada em Aracaju foi uma mulher trans. Linda Brasil (PSOL) recebeu 5.773 votos, é mestra em Educação e defensora dos direitos humanos. “É uma responsabilidade muito grande, mas quando eu penso na importância, na representatividade, fico cada vez mais motivada a lutar”, disse ela em suas redes em uma live depois do anúncio de sua eleição.
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Bia Caminha (Belém)
Com 21 anos, Bia é a vereadora mais jovem da história de Belém. Eleita com 4.874 votos, é uma mulher negra, feminista e bissexual. Ainda na faculdade, cursa Arquitetura e Urbanismo na UFPA, é diretora da UNE e vice-presidente do PT Pará. No Instagram, a vereadora eleita disse: “Nossa caminhada por uma cidade mais justa, democrática, solidária e humana está apenas começando.”
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Talita Cadeirante (Taubaté)
A professora Talita é cadeirante e se tornou a mulher mais votada da Câmara de Vereadores do município, que fica no interior de São Paulo. Eleita aos 23 anos pelo PSB, recebeu 2.900 votos e celebrou no Instagram: “Vamos juntos por uma Taubaté mais inclusiva, com um novo jeito de caminhar.”
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