8 filmes sobre racismo e desigualdade racial
Entenda os protestos recentes com produções que exploram a origem e as consequências do racismo
Os recentes protestos promovidos pelo movimento Black Lives Matter, nos EUA, desencadearam uma nova onda de protestos antirracistas pelo mundo. Para entendermos melhor a origem dessa desigualdade e como ela se estabelece nas vivências de todos, separamos oito documentários e filmes brasileiros americanos que debatem explicitam a realidade.
Eu não Sou seu Negro (2016)
Eu não sou seu Negro traz uma forte mensagem sobre a experiência moderna dos negros nos Estados Unidos. Traçando o caminho do início do movimento de direitos civis, com Malcolm X e Martin Luther King Jr. até o Black Lives Matter, a produção mostra como a segregação não perdeu a brutalidade e a luta se mantém necessária. Indicado ao Oscar de Melhor Documentário, em 2017, é baseado nas obras e impressões do romancista e ativista James Baldwin, que nunca deixou de relatar como era ser negro no país.
Disponível no Prime Video e no Globosat Play.
Branco Sai Preto Fica (2014)
Misturando ficção científica e realidade, o documentário de Adirley Queirós revive um tiroteio em um baile de black music, em 1986, na Ceilândia, periferia de Brasília. DJ Marquim da Tropa e Chokito narram o que aconteceu naquela noite de violência policial que deixou o primeiro paraplégico e o segundo, sem uma perna. O lado ficcional fica a cargo de um viajante do futuro que volta à noite do baile para recolher provas do caso de racismo ocorrido naquela noite, que começa com um dos policiais afirmando “branco sai, preto fica”.
Disponível na Netlfix.
LA 92 (2017)
Narra a história do espancamento de Rodney King, um motorista negro americano, em 1992, por quatro policiais brancos. O documentário foi produzido pela National Geographic e mostra o que aconteceu depois que os policiais foram absolvidos por um júri de Los Angeles considerando que o espancamento não havia sido crime. A população negra indignada saiu às ruas para cobrar uma mudança na postura racista institucional. Qualquer semelhança com os acontecimentos recentes não é coincidência.
Na Netflix, a produção está disponível com o nome Um Crime Americano.
Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil (2016)
Resgatando a experiência de “higienização” do povo brasileiro, durante o governo de Getúlio Vargas, Menino 23 conta a infância de garotos negros retirados de orfanatos para trabalhar em situação análoga à escravidão no interior de São Paulo. O documentário é narrado pelo historiador Sidney Aguilar, que descobriu a existência de tijolos marcados com o símbolo da suástica nazista na fazenda Santa Albertina. Além de recontar a proximidade de Vargas com o regime de Hitler, o documentário encontra vítimas do caso que contam sobre a naturalização do abuso cometido contra eles na época.
Fruitvale Station – A Última Parada (2013)
Estrelado por Michael B. Jordan, é baseado na história real de Oscar Grant III, que tenta se reerguer depois de sair da prisão. O filme tem um lado documental, reconstruindo os acontecimentos do incidente que coloca Oscar, novamente, na mira da polícia, a partir de filmagens reais feitas por testemunhas. Mas também se dedica a apresentar o protagonista, sua vida e relações e com a família. O filme do diretor Ryan Coogler se constrói como thriller de uma noite de Ano Novo que se torna uma história violenta.
Disponível no Globoplay, na Netflix e no Prime Video.
O Ódio que Você Semeia (2018)
Baseado no livro de Angie Thomas, a ficção mostra outras vertentes do racismo estrutural. Após um policial balear o jovem negro Khalil Harris ao achar, erroneamente, que ele estava armado, a melhor amiga do rapaz e única testemunha do ocorrido, Starr, é coagida a não prestar depoimento no tribunal. Apesar de uma produção adolescente, o filme não se torna menos real ao explorar a pressão por um posicionamento e o medo que persegue os negros em todos os ambientes sociais.
Disponível no Telecine Play.
Todos os Mortos (2020)
Com um olhar recente sobre o passado, o filme Todos os Mortos viaja para 1899, apenas onze anos após a abolição da escravidão. O longa coloca em perspectiva a vida de dois opostos ao narrar a vida da família de ex-escravos Nascimento e a da família aristocrática Soares, que está à beira da ruína. A proposta do projeto era analisar quais foram as mudanças a partir do fim da escravidão e o início da República. Segundo os diretores, esse era um momento importante em que a estrutura social poderia ter sido modificada.
A 13ª Emenda
O documentário traça uma análise entre o aumento significativo da população carcerária nos EUA e a criminalização da população negra. A 13ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos aboliu a escravatura, mas, segundo a produção, deixou brechas que geram consequências, até hoje, alimentando a segregação racial e a perseguição dos negros. O documentário examina a construção histórica do preconceito e como isso levou à associação do negro como o criminoso, no país com a maior população carcerária do mundo.
Disponível na Netflix.
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