Como a descoberta da radioatividade mudou o mundo
Entenda o impacto histórico da descoberta e suas repercussões para a ciência, medicina e até política

A descoberta da radioatividade em 1896 foi um marco na história da ciência. Embora os primeiros experimentos com radiação parecessem simples curiosidades de laboratório, as consequências dessa novidade reverberaram por todo o mundo, alterando o curso de diversas áreas, como a medicina, a física e até as relações internacionais.
O que começou com um achado de Henri Becquerel, ao observar que o urânio emitia radiação espontaneamente, logo levou ao desenvolvimento de novas tecnologias, mas também ao surgimento de ameaças e dilemas éticos. Afinal, a radioatividade não só permitiu a criação de estudos de ponta, mas também se tornou uma força poderosa em contextos militares e ambientais, mudando de forma irreversível o cenário mundial.
Para te ajudar a entender melhor esse universo, o GUIA DO ESTUDANTE vai mostrar como a descoberta afetou o mundo, com suas inovações e desdobramentos revolucionários – e às vezes catastróficos.
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A descoberta de Henri Becquerel e o início da era nuclear

Em 1896, o físico francês Henri Becquerel fez a descoberta que mudaria para sempre o entendimento da ciência sobre a matéria. Durante um experimento com sais de urânio e fosforescência, Becquerel observou que o urânio emitia radiação sem qualquer estímulo externo, como luz ou calor.
Esse fenômeno, mais tarde chamado de radioatividade, revelou que a matéria poderia liberar energia de forma espontânea, algo que até então era inimaginável. Essa descoberta foi, sem dúvida, uma das mais impactantes da física, pois sugeria que havia uma fonte de energia invisível e poderosa dentro dos átomos, algo que desafiava os conceitos conhecidos até então.
A partir dessa descoberta, outros cientistas começaram a estudar mais a fundo o fenômeno da radioatividade, como Marie Curie e seu marido Pierre Curie. Juntos, os Curie identificaram novos elementos radioativos, como o rádio e o polônio, e aprofundaram o estudo da natureza da radiação. Marie Curie, em particular, tornou-se uma das figuras mais influentes na área, ganhando dois Prêmios Nobel: um em física e outro em química, por suas pesquisas sobre a radioatividade.
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A revolução na medicina: radioterapia e diagnóstico
Entre os primeiros desdobramentos da radioatividade, a medicina foi um dos campos mais beneficiados. A descoberta da radiação levou ao desenvolvimento de tratamentos inovadores, especialmente no combate ao câncer. A técnica de radioterapia, que usa radiação para destruir células cancerígenas, foi uma das maiores conquistas da medicina moderna, permitindo a cura e o controle de vários tipos de câncer.
A radioatividade também possibilitou o avanço de métodos diagnósticos, com a invenção dos raios-X por Wilhelm Roentgen em 1895, um ano antes da descoberta de Becquerel. O uso dos raios-X, que permitem visualizar o interior do corpo humano, transformou a medicina diagnóstica e aumentou a precisão no tratamento de diversas doenças.
Durante o início do século 20, o uso de radiação para fins médicos se expandiu rapidamente, especialmente no tratamento de tumores. Contudo, com o tempo, tornou-se claro que a exposição excessiva à radiação poderia causar efeitos adversos, como o próprio câncer, o que gerou uma maior preocupação com a segurança, levando ao desenvolvimento de regulamentos mais rígidos e protocolos de segurança.
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Explosão militar: o desenvolvimento das armas nucleares
Em 1945, as primeiras bombas atômicas foram lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, matando centenas de milhares de pessoas instantaneamente e causando danos irreversíveis aos sobreviventes.
O uso de armas nucleares durante a guerra teve um impacto profundo na sociedade global e desencadeou uma série de reações que mudaram a política internacional. Após a destruição de Hiroshima e Nagasaki, o mundo entrou na Guerra Fria, um período de intensa rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética, onde as armas nucleares eram vistas como ferramentas de poder e dissuasão. A corrida armamentista nuclear entre as superpotências gerou um clima de tensão constante, com o mundo inteiro vivendo sob a ameaça de um possível conflito nuclear.
O impacto ambiental e os desastres nucleares
Além do uso militar, a radioatividade trouxe também grandes preocupações ambientais. O desenvolvimento de energia nuclear como alternativa para a produção de eletricidade gerou muitos benefícios, mas também trouxe riscos enormes, como o armazenamento de resíduos radioativos e os acidentes nucleares.
O desastre de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, é um dos maiores exemplos de falha no uso seguro de tecnologias nucleares. O acidente causou a liberação de radiação em larga escala, contaminando vastas áreas e forçando a evacuação de milhares de pessoas.
Outro exemplo trágico foi o acidente de Fukushima, no Japão, em 2011, causado por um tsunami que danificou a central nuclear, liberando radiação no ambiente. Esses desastres evidenciam os enormes desafios e riscos envolvidos na utilização de energia nuclear e relembram o impacto potencialmente devastador da radioatividade quando não manejada corretamente.
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Na corda bamba: os impactos da descoberta da radioatividade
O legado da radioatividade é ambíguo. Por um lado, ela trouxe avanços imensos, especialmente na medicina, com a possibilidade de tratar e diagnosticar doenças de forma mais eficaz. Por outro lado, a mesma tecnologia que permite a cura de muitos também tem um potencial devastador, como foi demonstrado com o uso de armas nucleares e os desastres ambientais.
Hoje, a pesquisa sobre radioatividade e energia nuclear continua, com cientistas trabalhando em formas mais seguras e sustentáveis de aproveitar a energia nuclear, como os reatores de fusão nuclear, que buscam emular os processos que ocorrem no Sol. Além disso, novos tratamentos usando radiação estão sendo desenvolvidos, com foco em minimizar os efeitos colaterais e aumentar a eficácia da radioterapia.
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