Bolo de milho, quentão, canjica, pé de moleque, maçã do amor, jogo da argola, pescaria e bingo. Já dá para saber do que estamos falando, não é? Hoje (24) é celebrado o Dia de São João e, em homenagem à data, o GUIA DO ESTUDANTE reuniu algumas curiosidades sobre a origem da festa junina.
Confira abaixo!
Início das festividades
A origem das festas juninas vem das tradições pagãs de celebrar o solstício de verão no hemisfério norte, momento de transição entre primavera e verão, que ocorre por volta do dia 21 de junho. Na época, comemorava-se a fertilidade da terra e as boas colheitas que aconteciam durante esse período entre as estações.
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Quando o cristianismo começou a se consolidar e crescer na Europa, as comemorações foram incorporadas ao calendário festivo do catolicismo e passaram a se chamar “joaninas” em homenagem a São João Batista, que havia nascido no dia 24 de junho.
No início essa era a única data comemorada, mas, com o tempo, outros santos populares passaram a ser homenageados no mesmo período e foram “incorporados” às festas, como Santo Antônio e São Pedro, nos dias 13 e 29 de junho, respectivamente. Com isso, a festa teve o nome alterado para festa junina, em referência ao mês no qual ocorre, junho.
“Na Europa, os cultos à fertilidade em junho foram reproduzidos até por volta do século 10. Como a igreja não conseguia combatê-los, decidiu cristianizá-los, instituindo dias de homenagens aos três santos no mesmo mês”, contou a antropóloga Lucia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em entrevista à revista Mundo Estranho.
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Quem são os três santos
Como tudo começou como uma festividade religiosa e cultural para homenagear santos, é importante entender a importância de cada um para a Igreja.
São João Batista, conhecido como o “Santo Festeiro”, é considerado um dos santos mais importantes do Cristianismo. De acordo com a Bíblia, ele foi profeta que teria anunciado a chegada de Jesus Cristo e o responsável por seu batismo no rio Jordão.
Já Santo Antônio é popular por ser o “Santo Casamenteiro”. Ele recebeu esse título após ajudar uma pobre jovem italiana a conseguir o dinheiro necessário para pagar o dote e se casar.
Por fim, São Pedro foi o fundador e primeiro Papa da Igreja Católica, além de ser um dos 12 apóstolos de Cristo. De acordo com as crenças, ele seria o guardião das chaves do céu e responsável pelas chuvas, além de ser conhecido como o protetor das viúvas e dos pescadores.
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Chegada ao Brasil
As festas juninas eram tradições bastante populares na Península Ibérica (Portugal e Espanha) e chegaram ao Brasil por meio dos portugueses durante o período de colonização, no século 16. Na época, a celebração era diferente do que conhecemos hoje e a homenagem aos três santos juninos era marcada por procissões, missas e danças.
Com o tempo, as comemorações no Brasil receberam a influência de tradições indígenas e afro-brasileiras, e foram se misturando a traços culturais de cada região pelo país.
A cultura indígena, por exemplo, trouxe elementos como o uso de fogueiras e rituais relacionados à agricultura e à fertilidade. Já a influência africana tem relação com as danças, músicas e instrumentos típicos.
Festa junina nos dias de hoje
A celebração ainda é especialmente popular em países de tradição católica, como Portugal, Brasil, Espanha, França, entre outros. Aqui, essa é uma das festividades mais populares e aguardadas do calendário cultural.
As festas, no entanto, variam em diferentes regiões do país, com tradições e práticas específicas de cada localidade.
No geral, é repleta de elementos tradicionais como quadrilhas, bandeirinhas coloridas, fogueiras, balões, além de comidas e bebidas típicas, como canjica, pé de moleque, bolo de milho, pipoca, quentão, entre outros. As pessoas se vestem com trajes caipiras, como camisas e vestidos xadrezes, e chapéus de palha.
As festas incluem ainda diversas brincadeiras como pescaria, argola, cadeia, bingo e o correio elegante, além de danças folclóricas e músicas tradicionais.
É interessante observar como alguns destes elementos, de origens distintas, coincidiram e acabaram se fundindo. A fogueira, por exemplo, era presente nos rituais pagãos europeus que deram origem a essas festas, bem como nas tradições indígenas brasileiras. Curiosamente, também é justificada por um trecho da Bíblia: Santa Isabel, mãe de São João Batista, diz em certa passagem que acenderia uma fogueira para avisar o nascimento de seu filho à Maria, mãe de Jesus. Pronto, a fogueira também virou símbolo do anúncio de São João.
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