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Por que a meritocracia não cabe para falar da educação brasileira

As desigualdades já existentes na concorrência por vagas no Ensino Superior ficam mais evidentes na pandemia

Por Juliana Morales
Atualizado em 12 abr 2021, 11h04 - Publicado em 8 abr 2021, 19h16

Nessa época de divulgação de resultados de vestibulares, o discurso de meritocracia ganha mais força. Quem compra essa ideia defende que a aprovação e todo o futuro sucesso profissional depende, exclusivamente, do mérito e do esforço de cada um.

Desculpem a metáfora clichê, mas o vestibular é uma corrida e a vaga no Ensino Superior é a linha de chegada. O grande problema é olhar só para o pódio, quando, antes mesmo de dar a largada, alguns competidores já saíram na frente e outros, atrasados. Agora imagine que obstáculos são colocados na pista. Seria justo que a qualidade dos tênis de alguns dos atletas facilitasse a agilidade e os saltos?

Em maio de 2020, diante da pressão para o adiamento do Enem, o Ministério da Educação vinculou uma propaganda para falar da importância da prova, apesar da gigante crise sanitária. Gravando a mensagem com os próprios celulares, jovens incentivavam o estudo a distância e pela internet. Após a exibição da mensagem, não tardaram a pipocar críticas nas redes sociais. Muitas pessoas rebateram, destacando as dificuldades encontradas por grande parte dos estudantes brasileiros para estudar por falta de internet, livros e ferramentas.

Depois de muita discussão e resistência, o Enem acabou sendo adiado, como bem sabemos, mas isso nem de longe resolveu os problemas. A edição de 2020 acumulou recordes de abstenção. Um exemplo é o segundo dia do exame impresso, que bateu 55,3% de estudantes ausentes.

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Infelizmente, meses e meses se passaram, e a crise de saúde e econômica não cessaram, como esperávamos. A falta de sucesso do Brasil em conter a pandemia faz com que as desigualdades já existentes na concorrência por vagas no Ensino Superior continuem se acentuando. E estudantes em situação de maior vulnerabilidade social vão se afastando ainda mais da linha de chegada na universidade, como mostram dados da realidade brasileira.

Segundo avaliação da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, o fechamento das escolas durante a pandemia poderá ter impacto profundo e de longa duração – cerca de 15 anos – sobre a economia brasileira. Além de impactar o Produto Interno Bruto (PIB), a secretaria aponta que o aprendizado e a produtividade do trabalho também serão afetados pelo fechamento das escolas.

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A avaliação ainda fala no aumento na desigualdade social, já que o ensino remoto, que substituiu as aulas presenciais no período de isolamento social, não chegou de forma efetiva a todas as parcelas da sociedade.

Isso é fato. O estudo “Acesso Domiciliar à Internet e Ensino Remoto Durante a Pandemia”, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou que cerca de seis milhões de estudantes, da pré-escola a pós-graduação, não têm acesso à internet – 5,8 milhões são alunos de instituições públicas de ensino.

Diante desse cenário, espero que fique mais claro o porquê é tão difícil falar de meritocracia no Brasil, o nono país mais desigual do mundo.

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