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Saiba qual é a origem da festa junina

Muito além da quadrilha e dos pratos com milho, a Festa de São João tem raízes antigas e mistura influências religiosas, culturais e históricas

Por Redação
16 jun 2025, 15h00
festa junina
 (Canva/Reprodução)
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Chega o mês de junho e, junto com o inverno, começa a temporada de uma das festas mais populares do Brasil: a Festa Junina, ou Festa de São João. Fogueira, milho, quentão, casamento caipira, bandeirinhas e muita música animam escolas, igrejas e até grandes eventos nas cidades. É tanta cor e comida boa que parece que essa festa nasceu por aqui mesmo. Mas a história é bem mais longa e começa do outro lado do oceano.

A origem da Festa Junina remonta a celebrações pagãs na Europa, que marcavam o solstício de verão, em 21 de junho, ou seja, o dia mais longo do ano no Hemisfério Norte e da mudança de estações da primavera para o verão. Essas festas homenageavam a fartura, a fertilidade da terra e pediam proteção para as colheitas. 

Com o avanço do cristianismo, a Igreja Católica absorveu parte desses rituais e os adaptou ao calendário do catolicismo, transformando-os em festas religiosas. Assim surgiram as celebrações dedicadas a três santos católicos: Santo Antônio (13/06), São João (24/06) e São Pedro (29/06).

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De “Joanina” para “Junina”

Originalmente chamada de Festa Joanina, por causa de São João Batista, com a criação de novas datas em junho para a celebração de outros santos, o evento ganhou o nome de Festa Junina, em referência o mês em que acontece. 

Em Portugal e na Espanha, as festas já eram populares antes mesmo das Grandes Navegações. Então, quando os portugueses colonizaram o Brasil, no século 16, trouxeram essa tradição que, claro, acabou se transformando por aqui.

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E é aí que a história ganha um tempero brasileiro.

No Brasil: sincretismo e muita comida

Ao chegar ao Brasil colonial, a Festa Junina se misturou com elementos das culturas indígena e africana, além de incorporar aspectos da vida rural. A figura do “caipira” (hoje celebrada nas quadrilhas) nasceu como uma representação caricata do homem do campo, com sua fala típica, roupas remendadas e grande valorização da agricultura.

A fogueira, símbolo central da festa, representa um sinal de celebração e proteção, e está diretamente ligada a São João, que seria primo de Jesus Cristo e responsável por batizá-lo nas margens do rio Jordão. Segundo a tradição católica, Isabel teria acendido uma fogueira para avisar Maria sobre o nascimento de seu filho, João Batista. Mas também há paralelos com os rituais agrícolas antigos, que usavam o fogo para purificação e renovação dos solos.

Já os alimentos típicos vêm da sazonalidade das colheitas: milho, mandioca, amendoim e coco, por exemplo, estão em alta no período e são a base de pratos como canjica, curau, pamonha, bolo de milho e pé-de-moleque.

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Por que a quadrilha é uma dança “caipira” com nome francês?

Um detalhe curioso é que a quadrilha que dançamos nas festas juninas tem origem na dança de salão francesa chamada quadrille, popular no século 19. Ela era praticada pela elite europeia e, posteriormente, foi adaptada no Brasil, ganhando um tom cômico e rural, com narrações animadas, personagens como o noivo, a noiva e o padre, e coreografias que imitam o trabalho no campo.

Ou seja, por mais simples que pareça hoje, a quadrilha já foi uma dança refinada e aristocrática, que virou expressão da cultura popular.

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Um retrato cultural do Brasil

Hoje, a Festa Junina é uma verdadeira celebração da identidade brasileira. Cada região do país colocou seus próprios sabores e sons na festa. 

No Nordeste, por exemplo, o forró, o xote e o baião embalam as celebrações, que são gigantes em cidades como Caruaru (PE) e Campina Grande (PB). No Sul, as tradições gaúchas também aparecem com força. No Sudeste e Centro-Oeste, as escolas e igrejas mantêm viva a tradição entre crianças, jovens e adultos.

Além da diversão, a festa também é um reflexo da diversidade cultural brasileira e da capacidade do país de transformar influências estrangeiras em expressões genuinamente nacionais.

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