Apenas em julho de 2021, cerca de 2.095 km² foram desmatados na floresta amazônica, área equivalente à cidade de São Paulo. Esse é pior índice registrado para o mês nos últimos dez anos, segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Em relação ao período de agosto de 2020 a julho de 2021, o bioma teve 10.476 km² desmatados, o que equivale a nove vezes a cidade do Rio de Janeiro. O acumulado é 57% superior ao registrado no mesmo período do calendário anterior.
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O relatório aponta que entre os estados, o Pará foi o que mais registrou regiões de desmatamento em julho e nos últimos 12 meses, com cerca de 771 km² e 4.147 km², respectivamente. De acordo com Antônio Fonseca, pesquisador do Imazon, 48% da área de floresta destruída se concentrou nas cidades de Altamira, São Felix do Xingu, Itaituba e Novo Progresso.
Os dados do Imazon indicam que o desmatamento avança pelo sul do Amazonas. “Isso ocorreu devido à escassez de grandes áreas de florestas em regiões que já foram devastadas anteriormente, em estados como Mato Grosso e Rondônia. Com isso, houve um deslocamento do desmatamento”, afirma a pesquisadora Larissa Amorim.
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Nos últimos meses, houve uma mudança no ranking de estados que mais registraram áreas desmatadas. Esse é caso de Mato Grosso, que passou de terceiro para quinto lugar na lista. “Mato Grosso, por muitos anos, esteve entre os estados que mais desmataram na Amazônia, principalmente devido à conversão da floresta para o plantio de grãos. Porém, desde 2019, o Amazonas ocupou o segundo lugar do ranking, indicando um deslocamento dos desmatadores de áreas consolidadas para regiões com mais florestas disponíveis”, alerta Fonseca.