A graduação em Jornalismo permite que o profissional trabalhe com diversos formatos, e um deles é o documentário. Em resumo, ele nada mais é do que um filme não-ficcional, que tem teor informativo e explora um fato real. Mas não se engane: nem todo documentário é jornalístico! Este formato de filme não precisa necessariamente mostrar o outro lado da história contada, como em uma reportagem, por exemplo. Por isso, criar um longa ou curta-metragem jornalístico é bem diferente de criar uma obra apenas cinematográfica, mesmo que de não-ficção.
Confira abaixo uma seleção de cinco documentários que não apenas são jornalísticos, como também mostram repórteres em ação. Você certamente chegará ao final do texto inspirado para seguir na profissão!
Relatos de um correspondente de guerra na Amazônia (2023)
O jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira foram assassinados em junho de 2022 em uma expedição pela Amazônia. Colaborador do famoso jornal The Guardian, Dom investigava os responsáveis por burlar as leis ambientais e incendiar a floresta – pretendia relatar tudo mais tarde em um livro-reportagem intitulado “Como Salvar a Amazônia”, mas teve seus planos interrompidos.
O documentário “Relatos de um correspondente de guerra na Amazônia” acompanha a busca pelos corpos e a investigação por trás das mortes de Dom e Bruno, assim como relata a reação das comunidades indígenas contra os invasores de seus territórios. Dirigido por Ana Aranha, a proposta geral do longa-metragem é refletir sobre a cobertura jornalística na maior floresta tropical do mundo e colocar em questão dilemas centrais da profissão, como até onde se arriscar por uma reportagem. No filme, é possível acompanhar os bastidores da gravação, assim como protocolos internos da profissão de repórter correspondente.
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Fabricando Pandemias (2022)
Neste documentário francês, a jornalista e diretora Marie Monique-Robin pesquisa a fundo de onde vêm as pandemias e por que elas parecem cada vez mais frequentes. Entre as doenças investigadas no filme estão o coronavírus e até a dengue. O documentário conta ainda que, desde o início do século, temos pelo menos uma doença infecciosa por ano e 70% delas são transmitidas de animais para humanos.
No filme, a atriz Juliette Binoche viaja por quatro continentes para conversar com ecologistas que estudam a relação entre essas doenças e as mudanças ambientais. É visto que, para os estudiosos, essa “epidemia de pandemias” se deve sobretudo à aceleração do colapso da biodiversidade em decorrência da atividade humana.
+ Estamos rumando para uma Era das Pandemias?
Cercados (2020)
Ainda falando de pandemias, este documentário dirigido por Caio Cavechini aborda o papel que o jornalismo brasileiro teve durante a crise sanitária da covid-19. Para o diretor do longa-metragem, o jornalismo lidou, sobretudo, com três missões naquele período: lutar contra o negacionismo, fornecer informações que ajudassem as pessoas a se cuidarem e munir as instituições de dados para a tomada de decisões que protegessem o maior número de cidadãos.
Além disso, o documentário é também um registro histórico da pandemia no Brasil e dos desafios levantados por ela em relação à mídia. As gravações foram feitas no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Manaus e Fortaleza, acompanhando as cinco cidades durante a tragédia do covid-19.
+ Qual o papel do jornalismo na pandemia?
Voyeur (2017)
Este é um documentário que já nasceu um clássico. Isso porque ele é baseado no livro “O Voyeur” de Gay Talese, considerado um dos mestres do jornalismo literário. Dirigido por Myles Kane e Josh Koury, o filme narra os 25 anos que Talese levou para finalizar sua reportagem, responsável por desmascarar um dono de motel que espionou seus hóspedes por décadas por meio de buracos nos tetos e paredes dos quartos.
O filme aborda a ética jornalística, a relação do jornalista com com a fonte, noções de verdade, realidade e ficção. Ou seja, quase tudo que um futuro jornalista precisa saber.
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O Sal da Terra (2015)
Este documentário acompanha o fotojornalista Sebastião Salgado em algumas de suas viagens realizadas nos últimos 40 anos. O fotógrafo viajou continentes acompanhando a mutação da humanidade e testemunhou alguns dos principais eventos da história recente. Conflitos internacionais, a fome e o êxodo estão entre os temas de suas fotografias.
Além dos conflitos humanos, Salgado também fotografou a flora e a fauna selvagem, além de paisagens grandiosas pelo mundo. Sua vida e obra são reveladas por seu filho, Juliano, e pelo diretor Wim Wenders.
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