Conquistar um primeiro emprego não precisa ser difícil, mesmo que você ainda não tenha 18 anos completos. O Programa Jovem Aprendiz, sancionado pela Lei da Aprendizagem em 19 de dezembro de 2000, foi criado para auxiliar jovens estudantes a ingressarem no mercado de trabalho, diminuindo a competição entre os mais novos e os candidatos experientes, que já estão formados ou cursando o Ensino Superior.
Para orientar os adolescentes que estão na busca por uma vaga, o GUIA DO ESTUDANTE conversou com Bruna Tamires Nascimento, especialista da Companhia de Estágios, site de recrutamento e seleção de jovens aprendizes, estagiários e trainees. Ela explica como selecionar a oportunidade ideal e se destacar no processo seletivo.
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Para começar, o que é o Programa Jovem Aprendiz?
As oportunidades de trabalho pelo Programa Jovem Aprendiz podem ser acessadas por jovens com idade entre 14 e 24 anos, exceto para pessoas com deficiência, cuja a faixa etária é ilimitada a partir dos 14 anos. Para os mais jovens, é obrigatório estar matriculado na escola e cursando o Ensino Fundamental ou Médio. Já para os mais velhos, eles podem estar matriculados no EJA (Educação de Jovens e Adultos) ou podem já terem concluído o ensino básico.
Esta categoria de trabalho permite aos jovens adquirir habilidades essenciais, como desenvolvimento pessoal e gestão financeira, além de contribuir para a diminuição da evasão escolar. “Trata-se de uma oportunidade muito interessante para jovens aprenderem sobre o mundo do trabalho, desenvolvendo noções práticas e teóricas sobre possíveis áreas de interesse como administração, marketing e logística, além de receberem um complemento de renda e benefícios”, conclui a especialista.
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A hora certa de buscar uma vaga de Jovem Aprendiz
Entrar no mercado de trabalho demanda tempo e, principalmente, responsabilidade. Caso o estudante já participe de muitas atividades extracurriculares, como um cursinho pré-vestibular, ou esteja com dificuldade em alguma disciplina escolar, talvez não seja a hora certa.
Porém, esta pode ser a oportunidade do jovem estruturar uma rotina e “aprender a ser adulto”, sem todas as cobranças que esta fase da vida impõe. Isso sem falar que é uma possibilidade para aqueles que precisam contribuir com a renda em casa, mas buscam um trabalho possível de conciliar com a escola.
Por lei, todo estabelecimento que possua sete ou mais funcionários no regime CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), independentemente de sua natureza, seja ela econômica ou social, está obrigado a contratar aprendizes, e o jovem pode encontrar estas vagas falando direto com as empresas ou buscando em sites de emprego ou estágios.
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Como escolher a vaga ideal
A melhor vaga é aquela que melhor se adequa à rotina e perfil de cada estudante. É importante levar em consideração o que se quer aprender, bem como expectativa salarial. Questões práticas como distância entre o emprego, a casa e a escola do jovem terão grande impacto no dia a dia, e por isso também devem ser prioridade durante a escolha.
“Muitos jovens se interessam por começar a trabalhar em empresas grandes, de nomes conhecidos, mas que estão localizadas numa região muito distante. Nesta hora, é preciso entender que, muitas vezes, grandes deslocamentos diários podem gerar estresse, afetar a rotina de estudos e trabalho, não sendo sustentáveis no longo prazo”, diz Nascimento.
A especialista também alerta que faltar ao trabalho sem justificativa ou reprovar na escola pode ocasionar na exclusão do programa, e por isso é importante equilibrar bem a rotina.
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Quanto ganha um Jovem Aprendiz?
O estudante que está empregado por meio do Jovem Aprendiz recebe uma remuneração mensal calculada com base no salário mínimo vigente proporcional às horas trabalhadas – sempre entre quatro e seis horas por dia, quatro dias por semana. Logo, contratos com menos horas úteis oferecem um salário menor, e o contrário também acontece.
De acordo com a gerente da Companhia de Estágios, há ainda uma variação salarial de uma empresa para outra, então é preciso avaliar cada oportunidade em particular. Durante os quatro dias acordados no contrato, o aprendiz faz o trabalho sendo supervisionando por um gestor, e, no quinto dia, frequenta o curso teórico relativo à área escolhida. Quando encerrado o contrato, recebe um certificado que pode ser inserido no currículo.
Além do salário, o contrato inclui alguns direitos ao trabalhador como vale transporte, FGTS de 2% (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), férias e décimo terceiro salário com base no período trabalhado. “Embora não esteja previsto no contrato vale alimentação e vale refeição, a maioria das empresas oferece ao Jovem Aprendiz o mesmo pacote de benefícios que disponibilizam aos demais colaboradores”, diz a especialista.
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Como se destacar durante o processo seletivo
Agora que o estudante encontrou a vaga certa, se inscreveu e está com uma entrevista marcada, precisa se atentar aos próximos passos. É importante se vestir de modo adequado na hora do processo seletivo, mas não existe roupa certa ou errada para a ocasião. Para Bruna, o ”dress code” não precisa ser uma grande preocupação do participante, que pode ir usando uma camisa, ou mesmo uma camiseta, calça jeans e tênis.
Para quem mora em cidades com o clima imprevisível, se prevenir para possíveis mudanças de temperatura é relevante, já que ninguém quer estar de branco em um dia de chuva, por exemplo. E nada de esquecer o guarda-chuva!
A especialista em recrutamento também recomenda pontualidade e aprender sobre a empresa, critérios inegociáveis. “Chegue meia hora antes do horário agendado, pois podem ocorrer imprevistos como trânsito, fila na recepção do prédio e demora no cadastramento para acessar a empresa”, aponta Bruna.
Conhecer a história da empresa, o que ela faz e qual o seu público demonstra interesse pela área em que o candidato está concorrendo. Estas informações conseguem ser acessadas por meio dos sites destas companhias, para as que possuem presença online.
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