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Os empregadores têm algum preconceito com quem faz EAD?

Se antes havia desconfiança, hoje o mercado de trabalho está mais receptivo aos profissionais formados em EAD

Por da redação
Atualizado em 6 dez 2017, 18h16 - Publicado em 6 dez 2017, 14h34

Uma das maiores preocupações de quem está se formando é saber se irá conseguir um bom emprego. Para aqueles que estão concluindo um curso de graduação a distância, então, o receio costuma ser ainda maior. Isso porque a EAD é uma modalidade relativamente nova no Ensino Superior, e os empregadores costumavam olhar com desconfiança para quem se formava a distância, duvidando da qualidade desses cursos.

Mas o cenário vem mudando. Isso não quer dizer que o preconceito em relação à modalidade tenha sido erradicado, porém, conforme o mercado de trabalho passa a receber mais profissionais formados em cursos a distância, essa resistência tem diminuído. Principalmente se no currículo constar o nome de uma universidade de prestígio. “Hoje em dia, vale mais é o nome da instituição onde o candidato se formou do que a modalidade do curso”, afirma Cristóvão Loureiro, diretor de educação da Catho, um dos maiores sites de emprego do Brasil.

A desconfiança começa a ser contornada à medida que os empregadores vão conhecendo algumas competências desenvolvidas pelo profissional que se formou a distância, como organização, autonomia, disciplina, foco, flexibilidade e dedicação ao executar tarefas. “Geralmente, quem faz um curso EAD sabe administrar o próprio tempo e tem iniciativa para buscar mais informações, características que devem ser valorizadas”, diz Daniella Camara, gerente de Talent Acquisition da Cargill.

Ela conta que no quadro de funcionários há profissionais formados a distância, especialmente na área de administração e gestão. “A partir deste ano, decidimos não fazer mais distinção da modalidade de ensino na seleção de candidatos, pois o que realmente vale são as habilidades, as competências e os conhecimentos”, explica.

A experiência profissional

Os empregadores têm algum preconceito com quem faz EAD?
Crédito: Getty Images (Cesar Okada/Getty Images)

Profissionais como a Wilma, que fizeram cursos na área de contabilidade, gerenciamento ou gestão, costumam ser mais bem-aceitos pelo mercado de trabalho e disputam vagas em igualdade com quem se forma em graduações presenciais. São cursos predominantemente com conteúdos teóricos, mais fáceis de ser acompanhados a distância.

Já quem tem um diploma de um curso EAD que exige aulas práticas – como é o caso de Educação Física e das Engenharias – pode sofrer um pouco mais para conseguir um emprego. “Mas o preconceito vem caindo bastante nessas áreas, pois várias empresas já têm ciência de que esses cursos oferecem nos polos atividades presenciais que suprem o currículo”, afirma Loureiro, executivo da Catho. Nesses casos, vale a mesma dica para qualquer curso, seja EAD, seja presencial, teórico ou prático: escolher uma instituição de ensino de qualidade e reconhecimento no mercado.

Escolas e empresas

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Crédito: iStock (Minerva Studio/iStock)

A maior aceitação dos empregadores em relação à EAD também passa pelo estreitamento das relações entre as escolas e o meio corporativo. Muitas instituições de Ensino Superior estabelecem parcerias com empresas para auxiliar o aluno a fazer a ponte entre a universidade e o mercado de trabalho. “Estamos implantando um projeto que deverá aproximar empregadores dos nossos estudantes, permitindo-nos fazer um mapeamento das competências que o mercado de trabalho exige dos alunos. Além disso, utilizaremos uma plataforma em que empresas poderão apresentar suas oportunidades de estágios e empregos e realizar entrevistas online com candidatos”, explica Carlos Fernando de Araújo, pró-reitor de EAD da Universidade Cruzeiro do Sul.

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Essa aproximação que muitas escolas procuram estabelecer com os empregadores pode, inclusive, ajudar a direcionar o curso para as necessidades do mercado de trabalho. Segundo Roberto Valério, vice-presidente de Graduação EAD e Polos da Kroton, que controla a Unopar e a Universidade Anhanguera, esse processo prevê até mudanças no currículo dependendo do feedback apontado pelo meio corporativo. “O contato entre a universidade e os empregadores não se limita a tentar uma colocação no mercado de trabalho para o aluno. Nós também recebemos um retorno das empresas para saber que tipo de formação elas precisam de nossos estudantes”, explica.

Manual para uma entrevista de emprego

O diretor da Catho Educação, Cristóvão Loureiro, mostra como se comportar em um processo de seleção de emprego se você tiver uma formação em um curso a distância:

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