2ª fase da Fuvest: candidatos superam dificuldades em ano de pandemia
As realidades são diferentes, mas as vagas são as mesmas e o nervosismo é comum
Neste domingo (21), cerca de 33 mil candidatos aprovados na primeira fase da Fuvest disputam 8.242 vagas destinadas para seleção do vestibular da USP. Na segunda fase, além de responder a 10 questões de Português, os estudantes devem escrever uma redação. Os candidatos de várias partes do Brasil têm diferentes perfis. No entanto, todos têm em comum a dificuldade para adaptar os estudos em meio à pandemia.
“Esse ano foi bem difícil”, desabafa de Larissa Pimenta, 20, que presta a Fuvest pela terceira vez para cursar Ciências da Computação. A pandemia atrapalhou a vida financeira da família e, por isso, ela não fez cursinho. Mesmo assim, Larissa está determinada. “Como moro com a minha família, não consegui um espaço confortável e silencioso para estudar. Mas espero que dê certo dessa vez”, conta.
Enquanto Larissa tenta pela terceira vez uma vaga em seu curso, Luiza Mayumi Akamine, 20, teve de abandonar a faculdade que já fazia. “Eu já trabalhava com farmácia e estudava na Unip. Mas, com a pandemia, começou o EAD e achei que estava aprendendo pouco e gastando muito. Aí, saí e resolvi tentar a sorte para entrar numa faculdade pública”, diz.
Luiza se preparou pouco para a prova por não acreditar que seria possível passar nas circunstâncias atuais. “Para a primeira fase, eu nem estudei. Pensei: ‘vou para a prova para passear, não vou passar’”, comenta, entre risos. Com o apoio de sua mãe, Julia, Luiza estudou com vídeos online, exercícios e simulados que encontrou na internet.
Já Andrew dos Santos Carneiro, 21, busca uma vaga em Direito desde 2019. Desta vez, está mais confiante. “Estou nervoso, mas sinto que me preparei o suficiente”, diz ele, que estudou num cursinho particular e teve aulas frequentes ao longo da quarentena.
Ao lado de sua mãe, Fátima, ele comentou sobre o impacto do isolamento nos seus estudos: “Tive alguns amigos prejudicados pela pandemia, mas no meu caso até ajudou. Tive mais tempo para estudar em casa, já que não perdia o tempo do caminho até o cursinho e na volta. Eu dormia mais e podia comer logo após as aulas”, conta.
A mãe de Andrew, Fatima Araujo dos Santos Carneiro, 52, fez sua parte, tranquilizando o filho. Por ser o segundo filho e estar prestando a prova pela terceira vez, ela conta que decidiu levar o dia como outro qualquer, sem dar à prova mais importância do que ela tem. Sobre a pressão de passar em vestibulares e o papel dos pais nessa etapa, ela comentou: “O que atrapalha muito é ficar pensando muito no desafio, no quanto é importante, no quanto o filho quer… Aí o coração acelera, a gente fica nervoso e acaba deixando eles, que fazem a prova, ainda mais. Nós vimos uma menina passando mal de ansiedade na Unesp este ano. Muita gente fica doente de nervosismo”.
A Daniela Oliveira, 40, é mãe do Leonardo, que está presta para Jornalismo na Fuvest. É a primeira vez que ele faz vestibulares e a mãe expõe seu nervosismo. “Ele é bem tranquilo, não ficou muito ansioso. Mas mãe fica, né? Foi um ano difícil pra todo mundo. Principalmente para quem está mudando de ciclo e saindo da escola para a vida adulta. Foi bem complicado”, diz.
Nesta segunda-feira (21) será aplicada a prova de matérias específicas de cada curso. Acompanhe a resolução das questões e os comentários de professores no site do GUIA 😉
Resultados
Primeira chamada: 19 de março
Segunda chamada: 29 de março
Terceira chamada: 5 de abril
Lista de espera: a partir de 20 de abril