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Aprenda a controlar o nervosismo antes e durante a Fuvest

Psicólogo explica porque a ansiedade atrapalha o estudante e dá dicas de como ficar mais tranquilo

Por Carolina Vellei
Atualizado em 23 nov 2017, 18h53 - Publicado em 21 nov 2016, 15h03

A prova da Fuvest 2018 já é neste domingo (26). Para não desperdiçar todo o esforço e dedicação que você teve durante o ano por causa de nervosismo, conversamos com o psicólogo Rafael Lourenço de Camargo, consultor de cursinhos pré-vestibular e diretor do Instituto de Psicologia Cognitiva Comportamental de Franca (IPCC-Franca). Veja abaixo dicas de como manter a tranquilidade antes e durante a prova.

A ansiedade é a maior inimiga do estudante às vésperas do vestibular, de acordo com Camargo. Graças a um mecanismo de sobrevivência, ao ficarmos ansiosos, nosso organismo identifica com isso uma situação de perigo chegando. É o momento em que o corpo precisa reagir para fugir ou para lutar. Isso foi bem útil para nossos parentes bem distantes, durante a pré-história, e ainda é importante para quando precisamos reagir em situações de risco. Seguindo algumas dicas, é possível administrar o estresse para não se prejudicar.

Identifique os sintomas

Segundo Camargo, é possível identificar a ansiedade e o nervosismo observando quase 30 sintomas em uma pessoa. Claro que os mais comuns você já conhece: tremores, tontura, boca seca, taquicardia… Mas também existem outros menos comuns, como gagueira, sensação de sufocamento, sentir-se imobilizado, ficar com braços rígidos, entre outros.

Veja uma lista com os principais sintomas:

Tremor nos joelhos Engolir saliva Boca seca
Braços rígidos Respirar com dificuldade Dor ou acidez de estômago
Automanipulações (coçar-se, esfregar etc) Respirar mais devagar ou mais depressa Taquicardia
Limitações do movimento das mãos (bolsos, nas costas, entrelaçadas) Suar (rosto, mãos, axilas) Pernas inquietas
Tremor nas mãos Falsete na voz Roer as unhas
Sem contato visual Gagueira ou frases entrecortadas Sentir tontura
Músculos do rosto tensos (caretas, tiques etc) Correr ou acelerar o passo Sentir que se sufoca
Rosto inexpressivo Balançar-se Ficar imobilizado
Rosto pálido Arrastar os pés Não saber o que dizer
Umedecer os lábios Limpar a garganta Entre outras…

Pode acontecer de você estar muito nervoso e não se dar conta disso, mesmo com todos esses sintomas. Às vezes a gente pode ser bem desligado, não é mesmo? Por isso é importante aprender a fazer uma avaliação de si mesmo e se autoconhecer. Quando você percebe que está em um momento de ansiedade, é mais fácil tentar encontrar saídas para que isso não o atrapalhe durante a prova.

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Durante a prova

Sabe quando você fica em dúvida entre duas alternativas em uma questão, coloca uma no gabarito, mas a certa era a outra? Você fica com raiva e pensa que é azarado. Na verdade, seu cérebro pode ter induzido o erro, de propósito. Camargo explica: “O sistema de ansiedade é ativado quando o aluno acha que o dever dele é acertar tudo na prova. Com isso, a atenção do aluno fica voltada para o erro. Como a atenção seletiva dele está procurando ameaças, ele acaba assinalando a opção incorreta”, conta.

O famoso “branco” é outro grande problema que sempre só aparece na hora da prova. “O estudante pensa ‘essa questão é fácil e eu não estou conseguindo fazer’ e isso acaba elevando o nível de ansiedade que gera o branco”, explica o psicólogo.

“Onde está escrito que o aluno é obrigado a acertar? Quando ele pensa isso, ele gera a ansiedade e dispara o sistema de perigo do corpo”, comenta Camargo. Segundo ele, o organismo aciona um mecanismo neuropsicofisiológico. Esse “palavrão” indica que o nervosismo desencadeia reações neurológicas, físicas e psicológicas, transformando todo o funcionamento do corpo. Você começa a tremer, suar, perde a memória, se sente inseguro… Ou seja, nada legal para quem quer se sair bem no vestibular.

Como diminuir a ansiedade

Temos algumas dicas para você que geralmente fica nervoso antes e durante a prova. O psicólogo ensina um exercício bem simples, que pode ser feito em qualquer lugar, seja sentado ou de pé. Quando estiver assim, faça a respiração diafragmática. Camargo explica que geralmente fazemos apenas a respiração torácica, não usando a aproveitando bem a capacidade dos pulmões. “Esta forma de respirar utiliza toda a capacidade dos pulmões e permite receber cerca de 7 vezes mais oxigênio”, revela o especialista.

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O corpo oxigenado trabalha melhor. Você perceberá os sintomas da ansiedade indo embora aos poucos depois de praticar o exercício algumas vezes. Para isso, respire bem fundo. Você deverá ver a sua barriga se movimentando, com a entrada e saída de ar. Dá para perceber a diferença porque, com a respiração torácica, só o seu peito se mexe.

Dicas

– Durante a prova, não fique pensando que todos os seus concorrentes estão conseguindo fazer uma questão que você não está sabendo resolver. Isso é verdade? Você não tem como saber, então permaneça tranquilo. Deixe a questão para depois e volte nela antes de terminar a prova. Quem sabe você não encontrará um jeito diferente de resolvê-la?

-Aprenda a lidar com a incerteza. Para Camargo, não dá para adivinhar se uma pessoa irá passar ou não. Com isso em mente, você não gera altas expectativas. Confie no seu desempenho. Quando você vai ao vestibular não esperando bons resultados, você estará mais tranquilo e irá fazer a prova sem a pressão do “eu devo passar”.

– Não estude às vésperas da prova. “Quem estuda agora é por ansiedade”, conta o psicólogo. Para ele, isso é um sinal que você está dando ao seu corpo de que não está preparado o suficiente. Esse comportamento gera uma situação de estresse que o prejudicará na hora do exame.

– Aproveite o momento para treinar os exercícios de respiração ensinados aqui na matéria e para fazer o que você gosta, sem exageros. Vá dormir cedo no dia anterior ao exame e não coma alimentos muito gordurosos.

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