Depois de 14 meses no cargo, o ministro da educação Abraham Weintraub anunciou há pouco, em sua conta no Twitter, que está deixando o governo Bolsonaro. Ao lado do presidente, ele não quis comentar os motivos de sua saída, e nem sinalizou quem ocupará seu lugar. O agora ex-ministro disse que assumirá um cargo no Banco Mundial.
Antes de Weintraub, o Ministério da Educação ficou quatro meses sob o comando de Ricardo Vélez Rodríguez, que também fazia parte da chamada “ala ideológica” do governo. Apesar de toda a gestão de Weintraub, assim como a de Vélez, ter sido marcada por “polêmicas” – que vão de desentendimentos com reitores e cortes na educação até problemas diplomáticos por ofensas racistas aos chineses – sua permanência no governo ficou mais ameaçada depois da divulgação do vídeo de uma reunião ministerial em que ele ofendia e defendia a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Além disso, ele participou recentemente de algumas manifestações antidemocráticas – e, portanto, inconstitucionais. Abraham Weintraub também entrou na lista de apoiadores do governo investigados por um esquema de Fake News contra ministros do STF e outras autoridades e teve, nessa quarta (17), seu pedido para ser retirado da investigação negado.
Última medida
Em uma gestão marcada por discursos contra políticas afirmativas, Abraham Weintraub deixa o governo tomando como última medida a revogação de uma portaria que estabelecia a obrigatoriedade de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência na pós-graduação. A portaria revogada por Weintraub havia sido criada em 2016 e determinava que universidades criassem planos para incluir essas minorias em programas de mestrado e doutorado. A partir de hoje (18), essa medida deixou de valer.