PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

O que é preciso saber sobre o fundo eleitoral 

Mecanismo de financiamento de campanhas tem sido alvo de críticas e disputas 

Por Danilo Thomaz
Atualizado em 28 mar 2022, 21h46 - Publicado em 22 jul 2021, 13h47
Fundo eleitoral
O fundo eleitoral, cujo nome oficial é Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), é um “fundo público destinado ao financiamento das campanhas eleitorais dos candidatos”, segundo definição do TSE. Alimentado com dinheiro do Tesouro Nacional, ele é distribuído aos partidos políticos para que estes possam financiar suas campanhas nas eleições. (Pinterest/Divulgação)
Continua após publicidade

Em julho de 2021, o Congresso aprovou o fundo eleitoral de R$ 5,7 bi para 2022, ano em que ocorrem eleições nacionais e estaduais no Brasil. O valor é quase três vezes maior daquele registrado em 2018 e 2020, quando esteve em R$ 2 bi. O montante seria em parte financiado pelo orçamento da Justiça Eleitoral. 

O valor aprovado está dentro da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2022 – que define quais serão as metades e prioridades para o orçamento do Governo Federal. Apesar do apoio de bolsonaristas, bem como da maioria do Congresso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que vetará a medida. O Novo, o Cidadania, o Podemos e o PSOL entraram no Supremo Tribunal Federal para anular a votação. A expectativa é que o Fundo Eleitoral seja de R$ 4 bi em 2022. 

A questão deve seguir movimentando o noticiário político e, por isso, é preciso entender bem o assunto. 

Quando foi criado o Fundo Eleitoral? 

O Fundo Eleitoral é um filho indireto da Operação Lava Jato. Em resposta às denúncias de corrupção, o STF determinou em 2015 que a doação de empresas privadas para campanhas políticas é inconstitucional. Com a decisão, passou-se a admitir apenas a doação de pessoas físicas e não jurídicas às campanhas eleitorais. Nas eleições de 2018, permitiu-se doações de pessoas físicas no limite de 10% dos rendimentos brutos do ano anterior, conforme declarado em 2017. Naquele ano, menos de 20% do total de recursos veio de doações de pessoas físicas. Candidatos podem também se autofinanciar – o limite, estabelecido em 2019, é de 10% do total de gastos previstos para a campanha. Mais de 80% vieram dos cofres públicos. 

Além do Fundo Eleitoral, quais as fontes de recursos públicos para as campanhas? 

Além do Fundo Eleitoral, os partidos contam o financiamento do Fundo Partidário, criado em 1995. Segundo o TSE, o seu valor é composto “por dotações orçamentárias da União, multas e penalidades pecuniárias de natureza eleitoral, doações de pessoas físicas depositadas diretamente nas contas dos partidos (aquelas específicas para o Fundo) e outros recursos que eventualmente forem atribuídos por lei.” 

Continua após a publicidade

O Estado deve financiar as campanhas eleitorais? 

Não há resposta certa ou errada para isso. Tudo depende da concepção a respeito do assunto. Devemos partir de alguns fatos, no entanto: campanhas eleitorais são custosas – e não só no Brasil – e não há democracia sem eleições. Pode-se afirmar, por exemplo, que o acesso aos recursos públicos permitiria maior democratização dos partidos, permitindo mais candidaturas ou que diferentes candidaturas tenham melhores condições financeiras do que teriam, por exemplo, se o capital privado tivesse maior peso nas campanhas. Mas há críticas também vinda de dentro dos partidos, quanto à falta de transparência quanto ao uso dos recursos. 

Por que as doações empresariais foram proibidas? 

Devemos lembrar o contexto: quando o STF julgou as doações de empresas privadas inconstitucional estávamos no auge da Lava Jato. Essa questão, no entanto, ocupava o debate público brasileiro há anos. 

A proibição das doações de empresas privadas, em tese, tira o peso econômico das candidaturas, deixando os políticos sob menor influência dos interesses empresariais. Mas nada é tão certo e fixo. Nada impede, por exemplo, que empresários façam uma série de doações por meio de familiares, funcionários de suas empresas ou mesmo caixa 2. Não se deve tampouco tomar os interesses de setores econômicos como escusos. Ao contrário. Em essência, são interesses de um setor da sociedade e da economia como outro qualquer. 

Busca de Cursos

Continua após a publicidade

Quais outros riscos? 

jornalista Reinaldo Azevedo, crítico da Lava Jato, traz apontamentos importantes para o assunto. Segundo ele, que defende as doações empresariais, na ausência deste meio de financiamento, é melhor que o Estado entre com recursos, pois, sem o capital privado e público, há o risco de o crime organizado financiar campanhas, por meio de caixa 2. Outro risco da falta de recursos para campanha – não apontado pelo jornalista – é o de candidatos ricos terem mais chances nas campanhas eleitorais que candidatos que vejam das classes média ou trabalhadora, afetando a representatividade na cena política.  

Prepare-se para o Enem sem sair de casa. Assine o Curso Enem do GUIA DO ESTUDANTE e tenha acesso a centenas de videoaulas com professores do Poliedro, que é recordista em aprovações na Medicina da USP Pinheiros.

Publicidade

O que é preciso saber sobre o fundo eleitoral 
Atualidades
O que é preciso saber sobre o fundo eleitoral 
Mecanismo de financiamento de campanhas tem sido alvo de críticas e disputas 

Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se você já é assinante faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Plano Anual
Plano Anual

Acesso ilimitado a todo conteúdo exclusivo do site

Apenas R$ 5,99/mês*

BLACK
FRIDAY
Plano Mensal
Plano Mensal

R$ 19,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.