Universidades brasileiras caem em ranking internacional

O novo ranking das 2.000 Melhores Universidades do Mundo, feito pela consultoria Center for World University Rankings (CWUR), aponta que o Brasil enfrenta dificuldades para competir com instituições internacionais: das 54 brasileiras presentes na lista, mais da metade caiu de posição em relação à edição do ano passado. Enquanto 23 melhoraram suas colocações, duas mantiveram seus resultados e 29 caíram. Neste ano, 20.531 universidades de 95 países foram avaliadas.

Segundo a consultoria, o principal fator para a queda das universidades brasileiras é o desempenho na área de pesquisa. “Embora o Brasil esteja bem representado no ranking deste ano, as principais instituições do país estão sob a pressão crescente de universidades ao redor do mundo que recebem grandes investimentos”, afirma Nadim Mahassen, presidente do CWUR. Para ele, se o país deseja se tornar mais competitivo no cenário global, é fundamental investir ainda mais no desenvolvimento e na reputação do sistema de Ensino Superior brasileiro.

Para se ter uma ideia, o orçamento público federal voltado para pesquisas científicas caiu 60% entre 2014 e 2022, segundo dados do Observatório do Conhecimento. Enquanto em 2014 o investimento na área foi de R$ 27,8 bilhões, em 2021, foi de R$ 10,5 bilhões. Além disso, o CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico) e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que são os principais órgãos públicos que fomentam o setor com investimentos e bolsas para pesquisadores, também sofreram cortes: neste mesmo período, o orçamento do CNPq caiu 49,7%, enquanto a Capes teve um corte de 42,6%. A queda no investimento pode explicar também a perda de posições no ranking.

+ Qual a diferença entre a Capes e o CNPq?

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USP segue líder

A Universidade de São Paulo (USP), embora tenha caído seis posições e ficado em 109º lugar, segue como a melhor da América Latina, seguida pela Universidade Nacional Autônoma do México. Com quedas na qualidade do ensino, empregabilidade e qualidade do corpo docente, a USP melhorou justamente no indicador de desempenho em pesquisa.

A Universidade de Campinas (Unicamp) subiu duas colocações, para a 344ª posição, enquanto a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) caiu 15 posições, para a 376ª. Na sequência estão a Universidade Estadual Paulista (Unesp), na 424ª posição, e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na 467ª posição.

Pela quarta vez consecutiva, Harvard foi considerada a melhor universidade do mundo, seguida pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e pela Universidade Stanford.

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O levantamento aponta que os Estados Unidos seguem como o melhor sistema de Ensino Superior do mundo, mas acende o alerta: quase 80% das universidades norte-americanas também caíram na classificação geral devido ao aumento da competição global por instituições que têm recebido grandes investimentos, principalmente na China.

Sobre a pesquisa

Para classificar as universidades, o CWUR utiliza sete indicadores agrupados em quatro áreas:

qualidade da educação (medida pelo número de estudantes que ganhou distinções acadêmicas);
a empregabilidade (baseada no sucesso profissional de ex-alunos e mensurada pelo número de estudantes que ocupam posições executivas de destaque nas maiores empresas mundiais);
a qualidade docente (verificada pelo número de distinções acadêmicas recebidas por professores);
e pesquisa (que engloba quatro indicadores: quantidade total de artigos, publicações em periódicos de alta qualidade, publicação em periódicos de alta influência e citações).