Figuras de linguagem: entenda o que são e quando usar
As figuras de linguagem dividem-se em figuras de som, de pensamento (ideias) e das próprias palavras
As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.
Figuras de som
1. aliteração:
consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
“Belos beijos bailavam bebendo breves brumas boreais” (Luan Farigotini)
2. assonância:
consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.
“Ó Formas alvas, brancas, Formas claras” (Cruz e Sousa)
c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos.
“Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias” (Padre António Vieira)
Figuras de construção
1. elipse:
consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)
2. zeugma:
consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.
Ela come pizza; eu, carne. (omissão de como)
+ Adjetivos: o que são, quais tipos existem e quando usar
3. polissíndeto:
consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.
“Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”
com calma sem sofrer” (Olavo Bilac)
4. inversão:
consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase.
“Do que a terra mais garrida / Teus risonhos, lindos campos têm mais flores” (Osório Duque Estrada, em Hino Nacional Brasileiro)
5. silepse:
consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser:
• silepse de gênero
Vossa Excelência está preocupado.
• silepse de número
Os Lusíadas glorificou nossa literatura.
• silepse de pessoa
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.”
6. anacoluto:
consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
“O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto” (Carlos Drummond de Andrade) .
7. pleonasmo:
consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal”
(Fernando Pessoa)
8. anáfora:
consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
“ Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer” (Camões)
+ Substantivos: o que são, quais os tipos e como usá-los
Figuras de pensamento
1. antítese:
consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
“Eu vi a cara da morte, e ela estava viva”. (Cazuza)
2. ironia:
é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”
3. eufemismo:
consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.
“Seu Jurandir partiu desta para uma melhor.” (em vez de ele morreu)
4. hipérbole:
trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.
“Estava morrendo de fome.” (em vez de estava com muita fome)
5. prosopopeia ou personificação:
consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
“Devagar as janelas olham…” (Carlos Drummond de Andrade)
6. gradação ou clímax:
é a apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
“O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário.” (Olavo Bilac)
7. apóstrofe:
consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada).
“Ó Leonor, não caias!”
Figuras de palavras
1. metáfora:
consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.
“Meu coração é um balde despejado” (Fernando Pessoa)
2. metonímia:
como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe:
Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno).
3. catacrese:
ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.
O pé da mesa estava quebrado.
4. antonomásia ou perífrase:
consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade:
O Rei do Futebol (em vez de Pelé)
5. sinestesia:
trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
“Como era áspero o aroma daquela fruta exótica” (Giuliano Fratin)
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