Além do 7 de setembro: como a Independência do Brasil cai no Enem
Para se sair bem no Enem, é preciso ter olhar crítico e conhecer os precedentes e os desdobramentos do 7 de setembro. Veja como o assunto já caiu na prova
Não é novidade que o Enem, considerado a maior porta de entrada para as universidades, tem uma predileção por temas da História do nosso país. A Ditadura Militar, o coronelismo, Estado Novo e outros são figurinha carimbada na prova. Com a Independência do Brasil, evento que mudou os rumos da nação, não poderia ser diferente.
Mas, se ao ouvir sobre a independência você automaticamente pensa no 7 de setembro, em Dom Pedro e nas margens do rio Ipiranga, tenha cuidado! O Enem e outros grandes vestibulares entendem que o processo de emancipação de Portugal foi mais complexo do que isso: envolveu muitos e diferentes atores, foi influenciado pelo cenário internacional e passou longe de resolver todos os problemas do país.
Analisamos e selecionamos algumas questões para mostrar como a Independência do Brasil cai no Enem, dos seus precedentes aos desdobramentos.
Os precedentes
A independência não aconteceu do dia para a noite, e o Enem espera que os candidatos saibam disso. Em anos anteriores, o exame já cobrou a respeito das revoltas que influenciaram esse processo, como a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana e a Revolução Pernambucana. Todos estes eventos mostravam como a população brasileira já demandava mudanças e desejava a emancipação de Portugal.
Além disso, evidenciam que o processo de Independência não se resume a D. Pedro. Outras figuras históricas importantes, como o famoso Tiradentes, foram temas de questão no exame associados à luta. Isso sem mencionar, é claro, as diversas camadas populares que acabaram invisibilizadas quando o tema é independência – a soldado Maria Quitéria de Jesus simboliza esses grupos e também já foi lembrada pelo Enem.
Por fim, vale dar uma revisada no cenário internacional da época. A abertura dos Portos e o consequente enfraquecimento do pacto colonial teve impacto direto na independência, bem como o processo de emancipação de outras colônias na América, a exemplo do Haiti.
GABARITO: A
GABARITO: A
Os desdobramentos
Anote por aí, nem tudo foram flores depois que o Brasil se libertou do domínio português. Afinal, a escravidão só foi abolida 66 anos mais tarde! É claro que a independência é considerada um processo “revolucionário” já que rompeu, ao menos formalmente, com a estrutura vigente: as elites do país passaram a ter mais poder e foi promulgada a Constituição de 1824.
Na prática, no entanto, o Brasil seguiu sendo um país conservador, e a maior parte da população não usufruiu dessa tal liberdade. A nova Constituição, por exemplo, determinava que o Brasil seguiria sendo uma monarquia, diferentemente do que ocorreu com outras colônias libertas na época. Economicamente, o país também seguiu produzindo aos moldes coloniais: monocultura voltada para a exportação.
“Tanto pela manutenção do regime monárquico e pela intensa utilização da escravidão negra nas próximas sete longas décadas, o país surgido em setembro de 1822 destoou do restante do continente”, afirmou o professor Raphael Tim em entrevista ao GUIA DO ESTUDANTE.
+ Independência do Brasil: o que mudou depois da declaração de D. Pedro
GABARITO: A
GABARITO: B
A memória da Independência
Montado em um cavalo branco, vestido pomposamente e bradando com sua espada em mãos, D. Pedro proclamou a Independência do Brasil às margens do Rio Ipiranga. Quer dizer, pelo menos é essa a história contada no quadro “Independência ou Morte”, do pintor Pedro Américo.
A construção da Independência do Brasil como um evento heroico protagonizado por D. Pedro não é casual: ela foi planejada e executada por uma elite paulista, como explicar o professor Jurandir Malerba, que leciona História na UFRGS.
“Há uma narrativa que diz que a independência do Brasil é mérito dos portugueses da casa de Bragança. A ideia de civilização do século 19 era ligada à branquitude e ao governo monárquico, então a narrativa criada aqui foi que, mesmo com os negros e os indígenas, eles conseguiram trazer uma civilização tal qual a europeia para o Brasil. Ao longo dos anos, estudos e pesquisas conseguiram destruir essa ideia. Mas a concepção de que a construção do Brasil foi feita a partir das classes dominantes ainda hoje é reproduzida”, afirma em seu livro Almanaque do Brasil nos Tempos da Independência.
Sendo uma prova que cobra uma leitura crítica do mundo, o Enem espera que os candidatos saibam a respeito dessa disputa pela memória da Independência.
GABARITO: B
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