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As dicas do estudante que passou (três vezes!) na USP, Unesp e Unicamp

Nicolas Lazaroto atravessou uma jornada que o fez se apaixonar pela literatura, mesmo prestando vestibulares de exatas

Por Karolina Monte
13 abr 2023, 17h08
Nicolas Lazaroto estudou sozinho em casa, e criou estratégias próprias para se dar bem nos vestibulares.
 (Arquivo Pessoal/Reprodução)
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Passar em um vestibular concorrido é um verdadeiro desafio: são anos de estudo, planejamento, exercícios, simulados. Agora, imagina passar na trinca dos vestibulares mais disputados do estado de São Paulo… Que sonho! É o caso de Nicolas Lazaroto, estudante aprovado nos vestibulares da USP, Unesp e Unicamp. E não foi só uma, mas três vezes.

Em 2021, o estudante foi aprovado para os cursos de Física na Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) e Engenharia Física na USP (Universidade de São Paulo). Já no ano de 2022, Nicolas completou a difícil tríplice dos vestibulares: passou em Engenharia Aeronáutica na Unesp, Física na USP, e Engenharia Física na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Em 2023, repetiu o feito.

E o mais surpreendente é que antes de se tornar um aprovado em série, Nicolas não gostava de estudar ou ler. “Eu nunca fui uma pessoa de estudos, sempre fui aquele aluno que não gostava das matérias. Preferia fazer esportes e sair com meus amigos”, revela. Mas em 2020, já no terceiro ano do Ensino Médio, o estudante decidiu que era hora de se preparar para os vestibulares.

Entrou em um cursinho online de preparação para as provas, o Estratégia Vestibulares. E desde então, estudar não é apenas uma obrigação: Nicolas tomou gosto pela coisa, tanto que, apesar de prestar vestibulares na área de exatas, tornou-se um leitor ávido – das obras obrigatórias e de livros que lê apenas por prazer.

Hoje é um grande defensor da prática, e colocou este item como uma de suas dicas valiosas. Segundo ele, começar com a leitura de assuntos com os quais tinha mais familiaridade, como futebol, foi importante até se habituar.

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O jovem, que conquistou seu maior objetivo este ano e foi aprovado na EsPCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército), conversou com o GUIA DO ESTUDANTE e listou cinco dicas para ir bem nos vestibulares. Confira abaixo!

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1 – Conheça o vestibular que está prestando

É de suma importância estudar focado na prova que está prestando. Caso esteja se preparando para os vestibulares da Fuvest, Unesp e Unicamp, é fundamental conhecer essas provas e a dinâmica delas, porque as questões são cobradas de um jeito diferente em cada caso. 

O Enem, por exemplo, tem questões mais contextualizadas do que as da Fuvest, que costuma ser mais conteudista e densa. Já a Unicamp possui um perfil mais social, e traz debates contemporâneos para as duas fases do vestibular e para a redação – e, por isso, é importante estar atento aos noticiários.

Mas como entender o perfil de cada exame? Segundo Nicolas, um passo importante para isso é fazer exercícios, sejam de provas anteriores ou de simulados. “No começo, é importante dar prioridade à teoria e ir se habituando aos poucos com os exercícios. Ao longo do ano, vale aumentar a carga de questões específicas de cada disciplina e vestibular, para saber como [o conteúdo] cai na prova”.

Ele também ressalta a importância dos simulados: “periodicamente, mesmo que você não tenha um conteúdo muito extenso na cabeça, é legal fazer simulados, para realmente simular o dia da prova”.

2 – Crie o hábito da leitura

Para Nicolas, essa é a dica mais valiosa e importante de todas. E olha que até começar a se preparar para os vestibulares, ele não gostava nem um pouco de ler. “Ao longo da minha vida inteira, eu devo ter lido uns três livros, que a escola havia me obrigado”, revela.

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Tudo mudou quando, decidido a se preparar para os vestibulares, deparou-se com a leitura de obras obrigatórias. Para enfrentar esta etapa, começou com livros pequenos e sobre assuntos que já gostava, para adquirir o prazer pela leitura. E deu muito certo!

Hoje, Nicolas é um ferrenho defensor da leitura, e acredita que as obras obrigatórias são muito importantes por conectarem os estudantes com textos que normalmente eles não teriam contato. Ele usa como exemplo a “Carta de Achamento do Brasil”, de Pero Vaz de Caminha, cobrado pela Unicamp.

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“Foi muito legal ler um texto pequenino, de menos de 30 páginas, que fala sobre como foi o primeiro contato entre o pessoal lá da Europa e os indígenas, que viviam de formas totalmente diferentes, além das descrições das paisagens e embarcações. E entender o choque cultural imenso que foi na época”.

Além disso, o aluno aconselha buscar livros não apenas para tomar gosto pelas leituras obrigatórias, mas principalmente para melhorar a performance nas próprias questões, tanto de múltipla escolha quanto dissertativas. “Busque obras que sejam satisfatórias e leia esses livros, porque vão melhorar muito a capacidade interpretativa e isso ajuda em todas as provas”, sugere.

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Além disso, é claro, a leitura contribui para uma melhor construção da redação. Dica boa, hein!

3 – Tenha um carga horária de estudos adequada

Nicolas conta que no começo dedicava poucas horas se preparando para os vestibulares. “Hoje, sigo uma filosofia de que tenho que estudar o máximo que eu consiga”, relata o estudante, que no começo de sua jornada dedicava apenas uma hora por dia aos estudos.

Aos poucos, Nicolas foi se acostumando com a rotina e passou a estudar durante 4 horas por dia. No seu terceiro ano de preparação, chegava a até 10 horas diárias.

Por isso, o estudante aconselha a ter uma carga horária de acordo com o perfil do estudante, de forma que ele também se acostume aos poucos e o processo não seja traumático. E claro, sempre alinhando com o hábito da leitura.

4 – Seja organizado com as anotações e resumos

Para se organizar nas matérias de cada disciplina, Nicolas não só fazia resumos, mas também separava os conteúdos que escrevia por cores. O garoto ressalta que os resumos são muito importantes para o aprendizado, mas é preciso cautela para não perder tempo, mantendo a atenção com o que e como se anota.

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“Nas matérias de exatas, se aparecia uma fórmula muito grande, difícil ou que o professor destacava como importante, eu anotava porque sabia que não devia esquecer”. No balanço final, não anotava tanto assim em exatas.

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O papo era outro quando o assunto eram as disciplinas de humanidades. Anotava não só o que o professor destacava, mas também aquilo que ele próprio enxergava como relevante. Em História, por exemplo, destacava nomes de figuras importantes, batalhas e períodos históricos.

Para se encontrar dentro dos próprios resumos, o vestibulando teve como aliado a técnica de separação dos conteúdos por cores. Era, antes de uma questão estética, um recurso de organização. “Os nomes das batalhas eu colocava em verde; nomes de pessoas em amarelo. Então se em algum momento eu precisasse encontrar o nome de alguma figura histórica, eu olhava o que estava em amarelo”.

Por fim, quando estava na reta final de vestibulares, o estudante colocava nas paredes os resumos que tinha feito e que acreditava que não estavam muito fixados na mente, para ter os conteúdos visualmente perto e conseguir se lembrar com mais facilidade.

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