Como estão suas emoções em ano de vestibular? Como já tratamos diversas vezes aqui no GUIA, tranquilidade e serenidade são fatores essenciais para um bom desempenho nas provas. Há candidatos que se dedicam muito aos estudos e, mesmo assim, não conseguem se sentir confiantes. Agora é a hora de conversar sobre as causas e tentar achar algumas soluções.
Andrea Lago, orientadora educacional do Poliedro Curso, de Campinas, acompanha de perto o problema de insegurança de muitos alunos diante da pressão de serem avaliados. Segundo ela, alguns comportamentos podem piorar a falta de confiança. “A procrastinação ou desorganização dos estudos é um dos erros mais comuns. O aluno acaba ficando com a constante percepção de que possui uma dívida com ele mesmo”, diz Andrea. Outro equívoco apontado pela orientadora é ficar olhando para o gramado do vizinho, ou seja, mirar para o que os concorrentes estão fazendo e deixar de lado o próprio percurso.
A especialista ressalta que não é raro aparecerem emoções mais aversivas, como o medo e a insegurança, quando nos deparamos com situações desafiadoras como é o caso do vestibular. No entanto, é preciso prestar atenção na forma como essas emoções nos afligem e o quanto são capazes de trazer impactos no cotidiano. A insegurança passa a ser preocupante quando é disfuncional e produz muito sofrimento.
A confiança dificilmente vai acontecer no momento da prova, é necessário uma atitude prévia. “Valorize os seus sucessos, mesmo que pareçam pequenos. Que tal fazer uma anotação de coisas que aprendeu ao longo da semana?”, aconselha Andrea. Para a véspera e o dia da prova, ela recomenda que os alunos não fiquem focados nas matérias que sentem mais dificuldades, já que isso pode trazer uma sensação de insuficiência, o que não ajuda em nada.
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A confiança para o vestibular vai além de dominar o conteúdo
“O estudante mais confiante é aquele que fala de sentimentos e tem uma sensibilidade aflorada”, afirma a psicóloga, psicanalista e psicoterapeuta Beatriz Breves.
A especialista, que dedicou a maior parte da sua carreira no estudo do sentir, aponta que muitas pessoas – não só os estudantes – deixam os sentimentos em segundo plano. Segundo ela, são mais de 500 sentimentos que podem ser ativados ao longo da vida, e não paramos para entender muitos deles.
“Quando chega perto de um momento como vestibular, por exemplo, muitos estudantes não sabem lidar com o que sentem, gerando mais conflitos e angústias”, diz Beatriz. Assim, uma das tendências é o jovem acreditar que a escolha do curso é uma decisão que define o resto da vida (quando não é) e o vestibular seria o momento de apostar todas as fichas. O resultado disso é um peso enorme em cima da prova, falta de confiança e frustração.
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Mas como fazer diferente e desenvolver a tão desejada confiança? O primeiro passo é se afastar da ideia que coloca o estudante como uma máquina de competição paras conseguir aprovação nas universidades. Humanos sentem medo e são indecisos. “Quando você se permite sentir emoções desconfortáveis e utiliza de recursos internos para administrar esse processo de insegurança, você vai confiante”.
“Confiança é quando você tem fé em você. Eu posso até não saber o que vai acontecer no futuro, mas sei que tenho potencial para enfrentar. Se por acaso não conseguir, recorro ao perdão e à humildade”.
Além disso, a psicóloga afirma que um sentimento nunca anda sozinho. Ou seja, no caso da confiança, por exemplo, trabalhar a autoestima é muito importante para se sentir seguro para a prova. “Quando você se valoriza, fica mais fácil de criar uma credibilidade em si mesmo”, diz.
Outro exercício importante na busca de se sentir seguro é desassociar a confiança do “saber tudo”. Trata-se de fazer o melhor que você pode e ter confiança até para aprender o que eu não sabe e enfrentar o que não domina.
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