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Quantos continentes existem no planeta Terra? Depende para quem você pergunta

Descubra por que o número de continentes varia ao redor do mundo e qual modelo é adotado no Brasil para provas e vestibulares

Por Luccas Diaz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
11 abr 2025, 19h00
Mapa-múndi colorido de branco e azul
 (Unsplash/Reprodução)
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Imagine a seguinte cena: você está em um programa de perguntas e respostas, valendo um prêmio milionário, e o apresentador lança a questão: “Quantos continentes existem no planeta Terra?” Parece fácil, certo? Sete. Ou seriam seis? Talvez cinco? A resposta, surpreendentemente, não é tão simples quanto parece. O número de continentes varia dependendo de onde você está, quem ensina ou até mesmo qual critério científico ou cultural é utilizado. E, sim, isso pode ser confuso. No Brasil, consideramos:

  • África;
  • América;
  • Antártica;
  • Ásia;
  • Europa;
  • Oceania.

Esse debate viralizou recentemente nas redes sociais, com um vídeo explicando por que diferentes países e instituições adotam classificações distintas. Mas essa não é uma discussão nova: ela remonta a séculos de história, ciência e geopolítica. Afinal de contas, o que define um continente? É a separação por oceanos? São as placas tectônicas? Ou as diferenças culturais e históricas?

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Neste texto, o GUIA DO ESTUDANTE explora as razões por trás dessa aparente confusão e te explica como o número de continentes pode mudar dependendo do ponto de vista.

O que define um continente?

Mapa físico do planeta Terra
(Wikimedia Commons/Reprodução)

Um continente é usualmente definido como uma grande massa de terra contínua, idealmente separada por extensões de água. Contudo, essa definição não é aplicável em todos os momentos. Ásia, Europa e África, por exemplo, não são completamente separadas por oceanos, mas ainda assim são considerados continentes.

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Se olharmos do ponto de vista geológico, continentes são áreas de crosta continental com características específicas: elevação em relação ao fundo oceânico, composição rica em sílica (mineral presente em forma de areia, rochas e minerais) e limites bem definidos. Essa abordagem leva à identificação de seis grandes áreas geológicas: África, Antártica, Eurásia (Europa e Ásia), Austrália, América do Norte e América do Sul.

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Mas a ideia dos continentes não nasceu com a ciência moderna: ela evoluiu ao longo dos séculos com base nas explorações humanas e nas convenções culturais da época.

Os antigos gregos foram os primeiros a dividir o mundo conhecido em três partes: Europa ao norte e oeste do Mar Egeu; Ásia ao leste; e Líbia (o nome antigo para África) ao sul. Essa divisão inicial era baseada nos mares navegáveis da região mediterrânea – ou seja, uma visão centrada no mundo grego.

Com as grandes navegações europeias dos séculos 15 e 16 vieram novas descobertas que ampliaram a visão global. Cristóvão Colombo acreditava ter chegado à Ásia quando desembarcou nas Américas em 1492 – foi somente depois que se reconheceu esse “Novo Mundo” como um continente separado. Da mesma forma, Austrália só começou a ser considerada um continente independente no século 19, antes disso era vista como parte da Ásia.

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Até mesmo a gigante Antártica demorou para entrar nos mapas como continente reconhecido – só aconteceu após expedições científicas para lá no século 19.

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Os principais modelos

GIF mostrando conjunto de mapas comparando os diferentes modelos (sete continentes, seis continentes com Américas unificadas, cinco continentes do COI e quatro continentes).
GIF: Conjunto de mapas comparando os diferentes modelos (sete continentes, seis continentes com Américas unificadas, cinco continentes do COI e quatro continentes). (Wikimedia Commons/Reprodução)

Veja os os principais modelos de classificação dos continentes, que vão desde quatro até sete divisões, cada um com sua lógica e justificativa.

1. Modelo de sete continentes

Este é o modelo mais amplamente ensinado em países de língua inglesa e inclui: África, América do Norte, América do Sul, Antártica, Ásia, Europa e Austrália. Ele reflete uma divisão cultural e histórica mais do que geológica ou geográfica.

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2. Modelo de seis continentes

Existem duas variações principais:

  • Com a Eurásia combinada: Ásia e Europa são vistas como um único continente devido à sua conexão terrestre. Este modelo é popular na Rússia e em partes da Europa Oriental;
  • Com as Américas combinadas: América do Norte e América do Sul são unificadas como “América”. Este modelo é ensinado em países latino-americanos e na Grécia;

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3. Modelo de cinco continentes

Adotado pelo Comitê Olímpico Internacional (representado pelos cinco anéis), exclui a Antártica por ser inabitada – isto é, considera apenas os continentes propriamente habitados por humanos. Os continentes nesse modelo são: África, América (unificada), Ásia, Europa e Oceania.

4. Modelo de quatro continentes

Este modelo reduz ainda mais as divisões ao considerar apenas grandes massas terrestres separadas naturalmente por água: Afro-Eurásia (ou Eurafrásia), América (unificada), Austrália e Antártica.

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Por que há tantas variações?

Um mapa tectônico mostrando as placas tectônicas da Terra
(Wikimedia Commons/Reprodução)

Se há algo que aprendemos ao longo da história é que o mundo não é tão simples quanto gostaríamos que fosse. A ideia dos continentes – essas grandes massas terrestres que dividem nosso planeta – é muito mais complexa do que parece à primeira vista.

Não existe um consenso universal sobre quantos continentes existem porque a definição depende dos critérios utilizados para classificá-los. E esses critérios não são apenas científicos, eles também carregam influências culturais, políticas e históricas.

Pense nos mapas-múndi que você viu na escola ou nos livros didáticos. Eles não são neutros: cada um reflete uma visão particular do mundo baseada no contexto onde foi produzido. Assim como as fronteiras políticas mudam com o tempo, as divisões continentais também variam dependendo das lentes pelas quais olhamos para o planeta.

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Para entender isso melhor, vamos analisar os principais critérios usados para definir os continentes.

  • Critérios físicos: a separação natural por oceanos é um critério usado por alguns modelos. No entanto, canais artificiais (ou seja, construído por humanos) como o Canal de Suez (entre África e Ásia) ou o Canal do Panamá (entre as Américas) complicam essa abordagem;
  • Critérios culturais: a divisão entre Europa e Ásia é um exemplo claro da influência cultural. Apesar de conectadas fisicamente, essas regiões são separadas devido às diferenças históricas e culturais significativas. A Europa “decidiu” existir como um continente separado por razões políticas e culturais;
  • Critérios habitacionais: alguns modelos consideram apenas os continentes habitados permanentemente. Isso exclui a Antártica, apesar de sua classificação geológica como continente;
  • Placas tectônicas: a divisão baseada nas placas tectônicas também gera variações. Por exemplo, Índia está em uma placa diferente da maior parte da Ásia, mas ainda é considerada parte desse continente devido à continuidade terrestre.

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Qual modelo o Brasil adota?

No Brasil – assim como boa parte dos países latino-americanos – prevalece o modelo de seis continentes: África, América (unificada), Antártica, Ásia, Europa e Oceania. É a abordagem que mais combina aspectos históricos com convenções culturais regionais.

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Ou seja, por mais que seja válido aprender sobre os outros modelos, para a escola, provas como o Enem, concursos ou vestibulares, é essa a classificação que deve ser considerada.

Claro que há exceções: se for solicitado separar América do Norte e América do Sul ou tratar Oceania apenas como Austrália, o candidato deve adaptar sua resposta ao contexto apresentado na prova.

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