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Obras Unicamp 2025: livros que são leitura obrigatória no vestibular

Candidatos que vão prestar o vestibular da Unicamp precisam ler esta seleção de obras antes da prova

Por Ludimila Ferreira
Atualizado em 13 nov 2024, 16h41 - Publicado em 28 abr 2024, 15h00

O vestibular para ingressar na Unicamp, uma das maiores e mais conceituadas universidades do país, está marcado para 20 de outubro. Além de todas as disciplinas cobradas no Ensino Médio, o edital estipula uma lista de 8 livros de leitura obrigatória. Isso quer dizer que os candidatos que querem ingressar na universidade em 2025 têm menos de um mês para ler cada uma das obras até a data da primeira fase.

O objetivo da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) ao fazer esta lista, é estimular a leitura e o olhar atento dos estudantes para as questões do mundo contemporâneo, então livros como A vida não é útil de Ailton Krenak e Niketche – uma História de Poligamia de Paulina Chiziane estão ao lado de Casa Velha de Machado de Assis, por exemplo. 

Abaixo, confira a seleção completa e uma breve descrição de cada obra.

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Lista das leituras obrigatórias da Unicamp 2025

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1. “Prosas seguidas de odes mínimas” de José Paulo Paes

Prosas seguidas de odes mínimas

José Paulo Paes Prosas seguidas de odes mínimas

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De tom autobiográfico, o livro é composto por 33 poemas que se dividem em dois blocos – “prosas” e “odes mínimas”, daí o título da obra. O autor recorda passagens banais da sua própria vida para refletir temas grandiosos e universais, como a memória, a morte e até a política. José Paulo Paes (1926-1988) foi um poeta da terceira fase do Modernismo.

2. “Olhos d’água” de Conceição Evaristo

A obra de Conceição Evaristo é composta por quinze contos que abordam a história de personagens negras silenciadas pelo racismo, pelas imposições econômicas, por condições degradantes de trabalho e pelas questões de gênero. São narrativas curtas sobre crianças, homens e, sobretudo, mulheres. Personagens femininas – mães, idosas, crianças, ex-prostitutas, domésticas – estão sempre no centro do processo de escrita da autora.

3. “A vida não é útil” de Ailton Krenak

A vida não é útil

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O livro de Ailton Krenak está dividido em cinco textos e aborda temas como o sistema econômico capitalista, consumismo e devastação ambiental, modo de vida ocidental e produtivismo, o mito da sustentabilidade, o poder econômico e político das grandes corporações e a limitação do conceito de humanidade.

4. “Casa Velha” de Machado de Assis

Neste livro de Machado de Assis, um padre se propõe a escrever sobre o Primeiro Reinado, de D. Pedro I. O narrador-personagem inicia sua preparação fazendo pesquisas, recolhendo os materiais necessários e, assim, descobre uma casa onde poderia consultar periódicos e manuscritos que seriam valiosos para seu trabalho. O enredo gira em torno dos moradores dessa Casa Velha, evidenciando certas contradições da formação da sociedade brasileira.

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5. “Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá” de Lima Barreto

Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá

Lima Barreto Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá

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O livro começa com uma explicação de Lima Barreto dizendo que recebeu a obra das mãos do jovem Augusto Machado, em 1906. O livro conta a história de vida do excêntrico Gonzaga de Sá, superior de Augusto na repartição, e mentor de vida do homem. A narrativa se desdobra em diversas conversas e passeios pelo Rio de Janeiro que estava em crescimento acelerado e aborda as diferenças sociais que estão presentes na sociedade carioca até hoje. 

6. “Niketche – uma História de Poligamia” de Paulina Chiziane

Niketche – uma História de Poligamia

Paulina Chiziane Niketche – uma História de Poligamia

Lançado em 2002, exatos dez anos após o fim da guerra civil que assolou Moçambique, é uma obra ainda marcada pelas consequências das tragédias da época. Rami, narradora do livro, conta em “Niketche” sobre a descoberta de que seu marido, Tony, tem outras esposas espalhadas por todo o país e como ela também se relacionou com estas mulheres. A poligamia era a cultura da época e a narradora mostra os efeitos dessa tradição em uma sociedade que estava se modernizando.

7. “Morangos mofados” de Caio Fernando Abreu

Dos 18 contos presentes no livro, apenas seis foram selecionados pela universidade para aparecer no vestibular. São eles, “Diálogo”, “Além do Ponto”, “Terça-Feira Gorda”, “Pêra, uva ou maçã?”, “O dia em que Júpiter encontrou Saturno” e “Aqueles dois”. Porém, para ter a experiência completa e se aprofundar no estilo e temáticas do autor, é recomendado ler o livro inteiro. Os temas dos contos perpassam a Ditadura Militar brasileira, o afeto, o sexo, o homoerotismo e a intimidade. Durante a obra, os conflitos existenciais dos personagens são sufocados por um contexto capitalista, opressor, conservador e muito preconceituoso.

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8. “Alice no país das maravilhas” de Lewis Carrol

Alice no país das maravilhas

Lewis Carrol Alice no país das maravilhas

Pioneiro do gênero nonsense, o livro é um fruto de seu tempo e contexto histórico, o século 19 na Inglaterra. Lewis Carroll utilizou sua escrita para criticar todo as ideias conservadoras da Era Vitoriana criando um mundo invertido e absurdo. Todos no País das Maravilhas seriam considerados loucos no mundo real, mas vivem em um universo onde o normal é justamente o anormal – ainda que imitem as instituições e convenções sociais, como um chá da tarde, um tribunal e até mesmo uma monarquia. Eles têm, inclusive, sua própria Rainha Vitória, a Rainha de Copas.

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