Você costuma fazer rascunho das suas redações ou acha que não compensa? Esse dilema pode causar dúvidas entre os estudantes que não sabem decidir se essa etapa vale a pena ou não. Se é o seu caso, não se preocupe: vamos te ajudar a entender o que é melhor para você.
Em primeiro lugar, é importante saber a função de um rascunho. Segundo Simone Motta, coordenadora do Colégio Etapa, o objetivo é reunir as ideias a respeito do tema fornecido pela banca, organizando-as e dando-lhes uma feição coerente e coesa. Como é o primeiro texto produzido, muitas vezes é marcado por um fluxo desorganizado de ideias, que precisam ser redistribuídas ao longo da redação – esse trabalho recebe o nome de “projeto de texto”.
“A importância do rascunho reside exatamente aí: é nesse momento que o aluno pode ‘errar’, sem medo de ser prejudicado, pois esse texto será posteriormente corrigido, reorganizado e, finalmente, entregue ao examinador em sua versão definitiva”, diz Motta.
Mas essa etapa não é fácil. Revisar o próprio texto, em meio ao nervosismo da prova, pode aumentar as inseguranças, porém é importante não perder o foco e tentar melhorar o texto final passando a limpo. Essa é a última chance de fazer alguma mudança e, segundo o professor Milton Costa, da Oficina do Estudante, é esperado que o resultado fique diferente do rascunho. “Se o texto final é igual ao rascunho, o candidato perdeu tempo. O rascunho é o quebra-cabeças desmontado. Passar a limpo é trocar algumas peças de lugar, dispensar outras, e encaixar tudo, de uma vez por todas”, diz.
Não se esqueça de se organizar para conseguir resolver algumas questões entre a finalização do rascunho e passar o texto a limpo. “Esse é o momento em que o rascunho esfria, amadurece, sendo o único ‘refrigerador de ideias’ de que qualquer candidato dispõe. Sem isso, não há um descolamento do texto que se está produzindo”, afirma Costa. Ou seja, o olhar fica viciado e é mais difícil enxergar possíveis erros ou incoerências.
É possível fazer um bom texto sem rascunhá-lo?
Segundo os especialistas, é possível, mas não é frequente. “O rascunho recebe os erros do candidato, enquanto o texto definitivo deve ser o mais próximo da perfeição – assim, fazer um bom texto sem rascunho exige do estudante um grau de concentração muito grande, de modo que a coerência e a coesão não sejam prejudicadas, além de um bom domínio sobre a gramática e sobre o próprio texto”, diz Motta. Mas ela explica que o que se vê na prática não é exatamente isso: o texto sem rascunho, muitas vezes, é falho, o que implica perda de nota nos vários itens da correção.
Costa afirma que um vestibulando que não quer fazer rascunho precisa ter os hábitos de leitura e de escrita bem trabalhados, e, mesmo assim, alerta para o risco de rasuras em excesso.
Afinal, fazer um rascunho ou não?
Não existe certo ou errado. Tudo depende do tempo reservado para a redação e a segurança de cada estudante. O rascunho ajuda a se organizar – linguística e semanticamente. Mas, para que esse processo seja bem feito, é importante controlar o tempo gasto em cada uma dessas etapas, para que não se prejudicar.
“Se o candidato perceber que não há mais tempo para produzir o rascunho – pois, caso o fizesse, não concluiria a prova – ele deverá fazer a redação direto na folha que será entregue, pulando essa fase. Nesse caso, toda a atenção é necessária”, explica Motta.
Dica final: nesse contexto, percebendo que não haverá tempo para o rascunho, tente esboçar, pelo menos, um projeto de texto. Ou seja, anote suas principais ideias, o que não pode faltar na sua redação e a ordem em que você quer mencionar cada item. Assim, você diminui o risco de deixar algo importante de fora.
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