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O que esperar das obras obrigatórias na segunda fase da Fuvest

A primeira fase surpreendeu os candidatos com poucas questões sobre os livros; veja o que diz o diretor da Fuvest para a próxima etapa

Por Juliana Morales
Atualizado em 8 jan 2023, 18h14 - Publicado em 13 dez 2022, 17h25

Na primeira fase da Fuvest 2023, apenas três livros dos nove obrigatórios que compõem a lista apareceram na prova. A baixa incidência de questões de literatura causou estranhamento em alunos e professores, já que nos últimos anos as obras foram abordadas, em média, em nove perguntas desta etapa. Amara Moira, professora de Literatura da Descomplica, destaca ainda que as obras dependiam quase que unicamente de interpretação de texto, o que destoa de edições anteriores.

A título de comparação, na primeira fase da Fuvest 2022, seis questões falaram sobre livros. Uma delas cobrava do aluno conhecimento da trama de todos os seis romances da lista em uma única pergunta. “Na prova do ano passado, além de uma maior presença de questões referentes à lista obrigatória, a resolução das questões dependia de uma intimidade muito maior do aluno para com as obras”, observou Amara.

+ Veja como as obras da Fuvest podem se relacionar

Um caso atípico na Fuvest 2023

A Fuvest deste ano representou uma quebra de expectativas, apontam estudantes e professores ouvidos pelo GUIA DO ESTUDANTE. A pergunta da prova que citava Angústia, de Graciliano Ramos, por exemplo, tratava na verdade de um assunto de Biologia. O trecho da obra foi usado apenas como uma referência para falar do xiquexique, um cacto nativo da Caatinga.

Já um outro item trouxe o poema Família, do livro Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade. Nesse caso a pergunta era de fato sobre o conteúdo literário, porém era possível resolver a questão apenas interpretando o poema presente no enunciado.

“Talvez as perguntas sobre o Mensagem, de Fernando Pessoa, exigissem um pouco mais do aluno, mas mesmo elas podiam ser resolvidas com uma leitura atenta do poema e do enunciado, desde que o aluno tivesse um bom repertório de literatura e língua portuguesa”, analisa a professora da Descomplica.

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Quais são as expectativas para a segunda fase?

Maria Catarina Bozio, coordenadora do Ensino Médio do Poliedro Colégio, também concorda que houve um desequilíbrio em relação aos anos anteriores na cobrança dos livros obrigatórios. “É normal que quem leu todas as obras e se dedicou em análises tenha sentido certa frustração por não ter tido mais questões”, diz Maria. Mas ela tranquiliza os estudantes e afirma que ainda não dá para indicar um novo padrão apenas com base nesta última avaliação.

“Os nove livros que estão na lista deste ano são os mesmo de antes da pandemia. Em termos de rotatividade, é muito mais tempo do que a Fuvest costumava manter. Então, pode ter sido uma escolha estratégica de cobrar menos essa lista, já que está há tanto tempo valendo”, sugere a coordenadora.

Amara, da Descomplica, acredita que, de qualquer forma, o estudante precisa estar ciente que a segunda fase costuma ser muito mais minuciosa na discussão das obras. “Já que pegaram leve com relação a elas na primeira fase, é de se esperar que a segunda endureça ainda mais a cobrança”, aposta. 

O que a Fuvest diz

Em entrevista ao GUIA DO ESTUDANTE, o diretor executivo da Fuvest, Gustavo Ferraz de Campos Monaco, afirmou que o número menor de questões sobre as obras na primeira fase não sinaliza uma mudança ou nova tendência do vestibular da USP. “Foi apenas uma circunstância desta edição”, garante. Portanto, para os próximos anos, a lista de livros obrigatórios continua, sim, merecendo a atenção dos estudantes.

Em relação à próxima etapa do vestibular, que ocorrerá em janeiro, o diretor mantém o mistério. “Pode ser que na segunda fase essas obras apareçam mais, assim como pode ser que não apareçam. A gente nunca sabe”, desconversou com bom humor. 

Quais livros têm mais chances de aparecer

Antes da primeira fase, os palpites baseados no padrão de edições anteriores indicavam que autores que tinham mais chances de aparecer na prova eram aqueles que estão de saída da lista neste ano: Gregório de Matos, Bernardo Carvalho e Mia Couto. Mas a aposta não se concretizou na primeira etapa.

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Amara, da Descomplica, acredita que a teoria também não deve se confirmar na segunda fase. “Já houve perguntas sobre Terra Sonâmbula e Nove Noites nas segundas fases dos últimos dois anos, então talvez, se fosse para apostar, eu diria que Poemas Escolhidos * tem alguma chance”, diz. “A certeza mesmo é autores como Machado de Assis (com Quincas Borba), Guimarães Rosa (com Campo Geral) e Carlos Drummond de Andrade (com Alguma Poesia) – pelo menos um desses três clássicos estará presente na prova de janeiro”, completa.

*A primeira versão do texto trazia que a obra era Sonetos Escolhidos, de Camões. A professora Amara, na verdade, referia-se ao livro Poemas Escolhidos, do Gregório de Matos

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