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Segunda fase da Fuvest termina com prova difícil de Matemática

Nível de densidade das questões de exatas chamou atenção; em humanas, destaque para a leitura de imagens

Por Luccas Diaz
Atualizado em 10 jan 2023, 22h29 - Publicado em 10 jan 2023, 13h19

O último dia de provas da segunda fase da Fuvest 2023 aconteceu na segunda-feira (9). Enquanto no primeiro dia todos os candidatos fizeram a mesma prova de Língua Portuguesa e escreveram uma redação sobre o tema “Refugiados ambientais e vulnerabilidade social“, no segundo dia do processo as avaliações variaram de acordo com a carreira escolhida durante a inscrição. Um candidato de Medicina, por exemplo, teve uma prova com doze questões divididas entre Biologia, Física e Química, enquanto um de Letras, respondeu a perguntas de História e Geografia.

Para professores de cursos pré-vestibular, a segunda etapa do vestibular da USP deste ano retomou o nível de dificuldade visto nas edições pré-pandemia, sem deixar de lado a tendência interpretativa. Enquanto em Matemática a densidade das questões chamou a atenção, em História, perguntas com textos e imagens eram passíveis de serem respondidas apenas por meio de interpretação.

“A prova apresentou o já tradicional nível bem elaborado de questões, mesclando entre perguntas acessíveis e outras muito específicas”, disse o diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Anderson Rodrigues. Sobre os temas cobrados, ele ressalta a importância do candidato estar atento ao noticiário. “Na prova de Geografia, foram várias questões sobre atualidades, principalmente no que diz respeito à Guerra da Ucrânia. Em Biologia, houve uma pergunta envolvendo a cura do HIV.”

Confira abaixo os comentários dos professores sobre cada disciplina do último dia da segunda fase da Fuvest 2023.

História

Com uma prova equilibrada, a Fuvest deste ano manteve a característica de abordar temas clássicos em História, como Revolução Francesa, Revolução Industrial, Independência do Brasil e Ditadura Militar. Com isso, garantiu um equilíbrio entre questões de História do Brasil, América, História Geral e África.

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O professor Rodrigo Miranda, da Oficina do Estudante, destaca que as questões estavam todas apoiadas em textos que auxiliavam o candidato a compor a resposta, bem como imagens de apoio em pelo menos metade delas. Para ele, as questões foram de nível baixo de dificuldade se comparadas à segunda fase da Unicamp deste ano.

A questão mais fácil foi a que analisava a relação entre a produção cafeeira e as ferrovias. “O tópico é bem consagrado na história brasileira e explorado à exaustão pelos professores em sala de aula”, justifica o professor.

Sérgio Paganim, diretor do Curso Anglo, destaca na outra ponta a questão de número três, sobre a colonização portuguesa do Congo. “Uma questão difícil porque exigia uma capacidade mais aguçada de análise de imagens e um conhecimento histórico mais aprofundado”.

Geografia

Uma prova classificada pelos professores como atual e bem contextualizada. Houve pouca presença de questões sobre geografia do Brasil, mas se equilibrou entre os temas de geografia humana e física. Apresentou nível de dificuldade médio para difícil, mas seguindo os padrões da Fuvest

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Sérgio Paganim chama a atenção para a ausência de questões sobre geografia urbana, um tema clássico do currículo do Ensino Médio e muito frequente entre provas de vestibular – e que, neste ano, também não deu as caras na primeira fase.

Houve uma questão envolvendo os problemas ambientais causados por microplásticos, outra sobre as inundações no Paquistão, e uma sobre o tema da fome, que também marcou presença nas questões de Biologia e na prova da Unicamp.

O professor Sebastian Fuentes, da Oficina do Estudante, sublinha que a questão que apresentou a maior complexidade foi a de número cinco, relacionada ao conflito entre Rússia e Ucrânia. “Ela exigia do candidato uma visão do comércio de gás natural entre a Rússia e o continente europeu, além de convocar o aluno a escrever sobre os seus conhecimentos frente as tensões no Mar Negro.”

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Biologia

Na prova de Biologia, destaca-se a abrangência temática das questões. De forma geral, cada pergunta abordava um tema diferente da disciplina: ecologia, zoologia, fisiologia humana, bioquímica, genética molecular e botânica. Ainda assim, avaliam os professores, foi uma prova bastante tradicional e com cara de Fuvest.

Sobre o nível de dificuldade, a segunda fase se mostrou bastante complexa não só pelos conteúdos cobrados, mas pelas habilidades exigidas dos candidatos. Foi preciso construir gráfico, plotar dados, analisar experimento e depreender informações de texto.

Matemática

Matemática na segunda fase da Fuvest 2023 veio com tudo! Difícil e complexa, apresentou um nível de laboriosidade maior do que as edições passadas. Uma prova surpreendentemente difícil para um exame de segunda fase, bastante técnica e com enunciados que traziam elementos conceituais bem específicos, analisa Sérgio Paganim.

Para ele, um candidato com conhecimento superficial não conseguiria realizar todas as questões. Mesmo as quatro primeiras perguntas da prova, que são cobradas em outras carreiras que não as específicas de exatas, já foram bastante exigentes.

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De forma geral, abordou assuntos clássicos: função afim, função quadrática, combinatória, geometria analítica, desigualdades e, uma surpresa para a prova, números complexos. O professor Rodrigo Carmo, da Oficina do Estudante, nota que o grau de complexidade dos itens B e C fez com que a prova ficasse mais difícil. “Lamento ainda, porém, a ausência de questões sobre sequências numéricas, geometria espacial, exponenciais, logaritmo e geometria plana”.

Física

Uma prova difícil, exigente, com enunciados longos e complexos, mas todos muito precisos. No vestibular 2023, a Fuvest manteve a sua tradição de precisão nas questões de Física, inclusive com os seus “note e adote”, onde fornece medidas e até fórmulas para os candidatos, observa Sérgio Paganim. No quesito das temáticas, apresentou equilíbrio, com um terço da prova dedicado à mecânica, estática dos fluídos e cinemática escalar, outro terço à eletricidade e eletromagnetismo, e um último terço à óptica e ondulatória.

Caiu também uma questão de eletrodinâmica misturando magnetismo – algo que surpreendeu os professores. “Normalmente a Fuvest, quando se fala em eletricidade, foca mais em eletrostática, mas desta vez inovou trazendo uma questão de eletrodinâmica com magnetismo”, explica Anderson Rodrigues, diretor pedagógico da Oficina do Estudante. Na prova de 2023, a mesma questão poderia trazer nos itens A, B e C diferentes temas.

Para Anderson, a pergunta cinco, sobre ondulatória, foi a mais difícil da prova, apresentando um item sobre efeito Doppler. No “note e adote”, apresentou a equação necessária e uma explicação prévia. Porém, para conseguir resolver o problema, era necessário ter um conhecimento prévio sobre os referenciais Doppler.

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Química

A prova de Química foi, assim como o ano passado, simples e sem grandes complicações apesar de extensa, avalia Pietro Kecorius Escobar, professor da Oficina do Estudante. Uma tendência que tem sido observada desde as edições passadas: há a necessidade de cálculos estequiométricos, tópico mais complexo, mas também aparecem muitas questões mais simples e diretas, como as de reação orgânica, constituindo assim uma prova equilibrada.

Destaque para as contextualizações da prova. “São contextos químicos e que apresentam pouca conexão com a atualidade”, comenta Sérgio Paganim. A exceção seria a questão cinco, que traz um contexto mais próximo do cotidiano dos candidatos, envolvendo o uso do alumínio na limpeza da prata.

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