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Como se tornar um médico infectologista

Do concurso para residência a colocações no mercado de trabalho, descubra tudo sobre a profissão

Por Taís Ilhéu
Atualizado em 13 ago 2020, 13h30 - Publicado em 12 ago 2020, 15h14
 (Getty Images/Reprodução)
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Seja para se tornar pediatra, cardiologista, neurologista ou infectologista, o primeiro passo é sempre o mesmo: ser formado em Medicina. Afinal, todas essas são especializações que os médicos escolhem depois de estudar os seis anos da graduação, que os tornam aptos apenas para atuarem como clínico geral. Mas enquanto algumas especializações são bastante populares – sabemos quase que intuitivamente que devemos procurar um neurologista se tivermos muita dor de cabeça, por exemplo –  a infectologia ainda é meio nebulosa e poucas pessoas associam sintomas ou mesmo doenças com essa área da Medicina

O que faz, então, o médico infectologista?

Resumidamente, esse é o médico responsável pelo estudo, prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças infecciosas causadas pelos mais diversos parasitas – vírus, bactérias, fungos etc.. Diferentemente de grande parte dos outros especialistas que se atêm a um órgão ou a parte específica do corpo humano, o infectologista precisa ter uma visão global do paciente, já que a infecção pode acometer qualquer órgão ou sistema. 

O HIV, por exemplo, é um vírus que pode afetar diferentes partes do corpo, e por isso o especialista mais apto a tratar a doença é o infectologista. Assim como ele é também o mais indicado para tratamento das hepatites virais, malária, dengue, tétano, toxoplasmose e outras doenças infecciosas, mesmo que na maioria das vezes os portadores dessas doenças cheguem até o infectologista encaminhados por médicos especialistas em órgãos acometidos por essas infecções.

A residência em infectologia

Todo vestibulando que sonha com a Medicina provavelmente já ouviu falar ou leu sobre a residência médica. Mas em um curso cheio de etapas e anos de estudos, os termos muitas vezes se confundem e fazem o processo parecer um bicho de sete cabeças. Traduzindo, então: a residência nada mais é do que uma pós-graduação da área médica. Ou seja, é possível exercer a profissão sem ela, mas cursando-a você se especializa em determinada área.

Mas, assim como muitas das pós-graduações e especializações, também é necessário passar por um processo seletivo antes de ingressar na residência – que, muitas vezes, em função da preparação dos candidatos e da oferta relativamente pequena em algumas áreas, acaba sendo tão concorrida quanto um vestibular. Só para se ter uma dimensão, na maior cidade brasileira, São Paulo, o último concurso para a residência em infectologia oferecia 27 vagas para 184 candidatos. Vale pontuar que outras residências, como cardiologia e pediatria, são ainda mais disputadas. 

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As residências médicas podem variar de dois a quatro anos. No caso da infectologia, costumam ser de três. Durante esse período, o médico vai dedicar cerca de 85% de sua carga horária para atividades práticas de treinamento, enquanto os outros 15% são destinados a estudos mais teóricos relacionados à área. Como o médico infectologista pode atuar em diferentes frentes, há a possibilidade, em alguns casos, de estender esse período de residência para se especializar em uma subárea. 

Áreas de atuação e mercado de trabalho

Vamos começar com uma ótima notícia sobre essa especialidade: comparativamente, os infectologistas estão em menor peso no mercado do que outros especialistas mais conhecidos, como pediatras e ginecologistas. Enquanto existem 39.234 pediatras atuando no país, há apenas 3.700 infectologistas, segundo dados da Demografia Médica 2018 e da Sociedade Brasileira de Infectologia. Ou seja, o mercado ainda tem muito espaço para absorver profissionais formados nessa área, como explicou o infectologista Juvêncio Furtado, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, em entrevista ao Globo Universidades: “precisamos de mais pessoas formadas para trabalhar. Há procura em várias cidades brasileiras. A procura de pessoas que querem fazer esta especialidade é menor do que a demanda”. 

Uma outra boa notícia é que as possibilidades de atuação são muito mais amplas do que se imagina, justamente por se tratar de uma especialidade um pouco mais generalista. De maneira geral, é possível encontrar infectologistas em quatro grandes áreas:

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  • Diagnóstico e tratamento de doenças infecciosas e parasitárias, que pode se dividir ainda em infectologia hospitalar (casos de internação e tratamento) e ambulatorial (atendimentos mais rápidos e simples)
  • Imunizações (vacinas), em que podem atuar tanto como pesquisadores/consultores como na condução prática das vacinações. Muitas vezes essa área também está relacionada à infectologia de saúde pública, que se atém especialmente aos estudos de epidemias. 
  • Aconselhamento de prescrição de antimicrobianos, já que os infectologistas são especialistas que estudam a interação entre micro-organismos e o corpo humano e conhecem a fundo o funcionamento das medicações 
  • Controle de infecção hospitalar (CCIH), que consiste basicamente em acompanhar  as comissões de controle de infecção hospitalar (instituídas por lei)

Ou seja, se você se interessa pela área de infectologia mas não se imagina fazendo apenas atendimentos clínicos, essa área oferece um universo de possibilidades e colocações no mercado de trabalho!

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