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Conheça o brasileiro que trabalha na vacina de Oxford contra a covid-19

Pedro Folegatti está no time que, até o momento, tem resultados promissores na busca pela vacina contra o novo coronavírus

Por Taís Ilhéu
13 ago 2020, 13h29

Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou como pandemia o novo coronavírus, universidades e indústrias farmacêuticas protagonizam uma corrida sem precedentes em busca da vacina para o vírus. O processo de desenvolvimento de novas vacinas, que costuma durar anos, já está em fases finais de testes em muitos desses laboratórios – entre eles, o do Instituto Jenner, na Universidade de Oxford, que firmou uma importante parceria com o Brasil. 

O nosso país, assim como alguns na África, Ásia e os Estados Unidos, foi escolhido pela universidade inglesa para a fase de testagem em massa da vacina (a fase 3). Cinco mil profissionais da saúde de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador já começaram a receber a primeira dose. A escolha do Brasil perpassou, é claro, pelo fato de sermos um dos países do mundo onde a doença mais avança.

Mas a universidade também considerou a “infraestrutura de ciência atual do país, que permite que a gente faça essas coisas com o rigor e a qualidade necessários.” Quem afirma é o médico infectologista Pedro Folegatti, o dedo brasileiro por trás da vacina de Oxford, em uma entrevista recente à BBC News. Folegatti contou que esse é, sem dúvidas, o maior desafio de sua carreira, que começou há nove anos no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Descubra a trajetória do único brasileiro na linha de frente do desenvolvimento da vacina britânica, considerada pela OMS a mais avançada e promissora até o momento.

O caminho para Oxford

A pouca idade pode até sugerir o contrário, mas o médico de 34 anos percorreu uma considerável trajetória profissional e acadêmica. Em julho, ele figurou como autor principal do artigo publicado na revista científica The Lancet revelando os resultados promissores da vacina desenvolvida em Oxford. 

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Nascido em São Paulo, Pedro iniciou sua trajetória na área aos 18 anos, quando ingressou no curso de Medicina da Universidade Federal do ABC (UFABC). Entre estágios e pesquisas, foi nos anos da residência médica (uma modalidade de pós-graduação para formados em Medicina) que ele se aproximou de vez de sua especialidade atual, a infectologia. Durante três anos, especializou-se no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, uma das maiores referências em todo o país (para se ter uma noção, foi lá que os primeiros casos de HIV do Brasil foram tratados).

Muitos não sabem, mas o concurso para ingressar em uma residência médica pode ser tão trabalhoso quanto um vestibular. Além de concorrer com candidatos com formação e nível de preparação muito semelhante, a oferta de vagas é quase sempre menor que o número de interessados. Para a área de infectologia, por exemplo, na qual Folegatti se especializou, eram 27 vagas para 184 candidatos na cidade de São Paulo este ano.

Depois de finalizar a residência no Emílio Ribas e passar por alguns hospitais no Brasil, o médico brasileiro partiu em 2014 para o Reino Unido e deu início ao seu mestrado em Saúde Pública na London School of Hygiene and Tropical Medicine. Nos anos seguintes, esteve, além da Inglaterra, também em Uganda e na Tanzânia para estudar doenças infecciosas tropicais. Essas pesquisas o levaram a Oxford, em 2016.

A exaustiva busca pela vacina

Pedro Folegatti entrou no Instituto Jenner, na Universidade de Oxford, em um programa que estuda vacinas contra o vírus influenza (causador da gripe). Desenvolvia seu doutorado nessa área, até que, em fevereiro deste ano tudo mudou e ele mergulhou no que define como o maior desafio de sua carreira. Junto a outros cientistas, ele conduz agora as pesquisas de uma das mais promissoras candidatas à vacina contra a covid-19. Desde que começaram os estudos, Pedro tem dormido quatro horas por noite e trabalhado todo o restante do tempo, afirmou em entrevistas à BBC e ao Estado de S.Paulo

Como um dos responsáveis pela pesquisa, seu papel é bastante variado, mas com foco especialmente nos ensaios clínicos – ou seja, nas etapas de teste. A concepção do estudo em si, a elaboração de protocolos e as tarefas relacionadas à escolha, testagem e monitoramento dos voluntários fazem parte da sua rotina. O objetivo final, como explicou à BBC, é garantir a segurança dos voluntários que participam dos testes para a vacina.

O que, especialmente neste caso, está longe de ser uma tarefa simples. Considerando que apenas na fase 1 do teste  os pesquisadores de Oxford convocaram 1.077 voluntários em um mês (quando em geral são 25 a 50 pessoas em um prazo de seis meses a um ano), não é exagero afirmar que Pedro enfrenta não apenas o maior desafio da sua carreira, mas um dos maiores desafios já enfrentados pela ciência. 

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