Dúvida do leitor: “Qual é o mercado de trabalho para o curso de Letras?”
As possibilidades não se resumem à sala de aula: incluem marketing, publicidade, revisão de texto, edição de livros, pesquisa científica e mais.
A pergunta desta semana foi enviada para nós pela Sara Emanuele Henschel, pelo Instagram. Quem responde a dúvida é Iara Pessota, Coordernadora do Ensino Médio da Escola Vereda, de São Bernado do Campo
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“Qual é o mercado de trabalho para o curso de Letras?”
O curso de Letras é muito abrangente. Isso porque ele tem três fortes pilares: linguística, gramática e literatura. Não à toa que o símbolo do curso é a flor de lis.
Para quem gosta de ler e escrever, esse é o caminho ideal de imersão. Para além da possibilidade de lecionar diversas disciplinas no ensino fundamental e médio, o curso abre caminho para o trabalho no mercado editorial, trabalho autônomo, revisão de texto em diversas esferas e aprofundamento do saber científico da formação e evolução da língua.
Pense assim, nos comunicamos o tempo todo, e nada melhor do que ler um texto fluido, claro e compreensível, né? Pois bem, basta colocar um letrólogo na tarefa e ele faz acontecer essa comunicação sem ruídos. Ou seja, há também opções de atuação no marketing, nas vendas, nos anúncios, nas empresas, nas plataformas de contato com o público… é tanta coisa.
Estudar letras vai muito além de aprender a língua materna dos nativos de países de língua portuguesa ou estudar línguas estrangeiras escolhidas como foco; estudar letras é aprofundar o conhecimento em tudo que tange a língua, seja seu nascimento e desenvolvimento, análise do que é produzido, e interpretação de texto. É conhecimento baseado em desenvolvimento de comunicação e linguagem; é entender que a gramática veio depois da capacidade de se comunicar, e é possível estudar todos os fenômenos que acontecem nesse organismo vivo que cresce na interação social.
As Letras acompanham a mudança social
Se você gosta de produzir texto, faça este desafio de escrita: como as pessoas têm usado a palavra “rolê” e porque ela não é mais “rolé”? Analisando no decorrer dos anos, ela mudou de contexto ou de significado? A partir daí você tem uma provocação linguística para desenvolver. Isso é uma partícula de Letras.
Se você gosta de ler, faça este desafio: analise o perfil do personagem, seus posicionamentos políticos, as características do cenário e do enredo, o que tudo isso diz sobre a sociedade? Compare a mulher em “Senhora”, de José de Alencar, e a mulher em “Quarto de despejo”, de Carolina Maria de Jesus. Elas mantêm a mesma representação? Daí você percebe o fazer social da escrita. Outra pétala da flor de lis.
Uma verdade é que algumas universidades têm focos diferentes de aprofundamento; em alguns currículos de instituições, o foco é a literatura e todo processo de análise e criticidade social, mas outros enfatizam a análise e construção da língua. Pesquise o currículo da instituição que você tem interesse e qual deles você prefere. É possível escolher qual seu maior ponto de fascínio na língua e seu foco de atuação no mercado de trabalho.
Não faltam possibilidades de atuação para o profissional de letras, sempre que acontece um processo de comunicação, é possível inserir um letrólogo para construir, analisar, ensinar e, acima de tudo, se expressar.
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