Unicamp divulga lista de obras obrigatórias para os vestibulares 2027, 2028 e 2029
Entre as novidades, o retorno de clássicos da literatura brasileira e a adição de obras contemporâneas e estrangeiras, como Gabriel García Márquez
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Atualizado em 25 mar 2025, 15h23 - Publicado em 25 mar 2025, 12h23
A Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) divulgou a lista de livros obrigatórios para os próximos três anos do vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A cada edição, três novas obras entram na lista, substituindo outras três. Entre as novidades anunciadas para as edições dos vestibulares 2027, 2028 e 2029 estão autores clássicos da literatura brasileira, como Machado de Assis e Raquel de Queiróz, mas também nomes da literatura contemporânea e de outros países, como Gabriel García Márquez e Olinda Beja.
A lista de leituras obrigatórias da Unicamp inclui nove títulos. Entre os critérios adotados para a seleção das obras estão a diversidade de gêneros literários, o equilíbrio entre escritores clássicos e contemporâneos e a ampliação do repertório cultural dos estudantes.
“A Comvest manteve a tendência de uma lista arrojada como nos últimos anos e, nesse sentido, apresentou obras de gêneros diversos (poesia, contos, romances e ensaio) e escritores de épocas diferentes”, destaca Vinicius Teixeira, professor de Literatura do Colégio Oficina do Estudante. “Para 2027, temos a volta de Machado de Assis com o icônico defunto autor em ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ que viralizou recentemente nas redes sociais. Além disso, a inclusão do colombiano Gabriel García Márquez reforça o caráter diverso da lista e possibilita discussões sobre a literatura na América Latina.”
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A Comvest destaca que a inclusão de livros estrangeiros e de diferentes tradições literárias segue a orientação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que incentiva um olhar mais amplo para a literatura mundial. “A lista reforça a literatura como um direito e instrumento que contribui para formar cidadãos intelectual e emocionalmente mais autônomos.”
Ah! E vale lembrar. A edição do vestibular da Unicamp sempre leva no nome o ano seguinte, isto é, o ano de ingresso na universidade caso o candidato seja aprovado. Portanto, a lista da Unicamp 2027 diz respeito à prova que será realizada em 2026. A lista de livros da edição atual, Unicamp 2026 – marcada para outubro deste ano –, não sofreu alterações.
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Confira as mudanças e veja quais obras entram integram a lista obrigatória das próximas três edições do vestibular da Unicamp.
Unicamp 2027
- “Prosas seguidas de odes mínimas” de José Paulo Paes
- “Olhos d’água” de Conceição Evaristo
- “A vida não é útil” de Ailton Krenak
- “Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá” de Lima Barreto
- “Morangos mofados” de Caio Fernando Abreu
- “No Seu Pescoço” de Chimamanda Ngozi Adichie
- “Canções escolhidas**”, de Paulo César Pinheiro;
- “Os funerais da Mamãe Grande”, de Gabriel García Márquez.
- “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis;
As três novas obras mostram o recorte diversificado da lista. O clássico de Machado de Assis, publicado em 1881, é uma das obras mais importantes da literatura brasileira. Já as canções escolhidas de Paulo César Pinheiro introduzem a poesia musical na lista. Por fim, a obra do colombiano Gabriel García Márquez reúne contos emblemáticos do realismo mágico latino-americano.
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Unicamp 2028
- “Prosas seguidas de odes mínimas”, de José Paulo Paes;
- “Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá”, de Lima Barreto;
- “No seu pescoço”, de Chimamanda Ngozi Adichie;
- “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis;
- “Canções escolhidas**”, de Paulo César Pinheiro;
- “Os funerais da Mamãe Grande”, de Gabriel García Márquez;
- “O direito à literatura”, de Antonio Candido;
- “O quinze”, de Raquel de Queiróz;
- “Quarenta dias”, de Maria Valéria Rezende.
A lista de 2028 incorpora um texto teórico clássico do professor Antonio Candido. Destaca também o regionalismo brasileiro com o romance de estreia de Raquel de Queiróz, publicado em 1930. Há ainda uma obra contemporânea, de Maria Valéria Rezende, que traz um olhar moderno e sensível sobre deslocamento e pertencimento.
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Unicamp 2029
- “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis;
- “Canções escolhidas**”, de Paulo César Pinheiro;
- “Os funerais da Mamãe Grande”, de Gabriel García Márquez;
- “O direito à literatura”, de Antonio Candido;
- “O quinze”, de Raquel de Queiróz;
- “Quarenta dias”, de Maria Valéria Rezende;
- “Broquéis”, de Cruz e Souza;
- “Lésbia”, de Maria Benedita Bormann (Délia);
- “Chá do príncipe”, de Olinda Beja.
A lista da Unicamp 2029 reforça a presença da literatura simbolista com a obra de Cruz e Souza, um dos principais expoentes desse movimento no Brasil. Outra novidade é o romance de Maria Benedita Bormann (Délia), escritora que ganha visibilidade por sua importância na literatura feminista nacional do século 19. Já a obra de Olinda Beja traz a representatividade da literatura africana de língua portuguesa, com narrativas ligadas à cultura santomense.
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*6 contos escolhidos: “Diálogo”, “Além do Ponto”, “Terça-Feira Gorda”, “Pêra, uva ou maçã?”, “O dia em Júpiter encontrou Saturno” e “Aqueles dois”.
**Canções escolhidas: Canto das três raças (com Mauro Duarte); Cordilheira (com Sueli Costa); Desenredo (com Dori Caymmi); Estrela da terra (com Dori Caymmi); Evangelho (com Dori Caymmi); Mordaça (com Eduardo Gudin); Na volta que o mundo dá (com Vicente Barreto); Navio fantasma (com Francis Hime); O dia em que o morro descer e não for carnaval (com Wilson das Neves); Pesadelo (com Maurício Tapajós); Velho arvoredo (com Hélio Delmiro); Vento bravo (com Edu Lobo); Viagem (com João de Aquino); Vontade de chorar (com Ivor Lancelotti).
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