Sabe aquela sensação de que só você ainda não decidiu qual faculdade irá prestar? Ou que só os seus pais que pegam no pé? Ou ainda que você deve ser o único a sentir aquele frio na barriga só de pensar no dia da prova? Todas essas sensações são normais entre vestibulandos e encará-las é um dos maiores desafios dessa fase.
Pensando nisso, conversamos com Maria Pereira, coordenadora de Orientação Educacional do Poliedro Curso, e selecionamos alguns medos e sentimentos que são comuns no dia a dia dos estudantes. Mas fique tranquilo! Também damos algumas dicas para aprender a superar cada um e não deixar que eles interfiram no seu desempenho ou na sua saúde mental.
Medo de não ser aprovado
Segundo a especialista, é normal o estudante ter medo de não ser aprovado, enquanto se prepara para os vestibulares. Principalmente, quando a concorrência é grande e o desempenho exigido é alto. Para lidar com esse receio, Pereira orienta que o candidato se informe sobre as principais características da prova, analisando quais conteúdos podem ser cobrados e qual o modelo de prova exigido (objetiva, dissertativa…).
Organizar um cronograma de estudo também será essencial, para que consiga dar conta de estudar o necessário até a data do exame. E fazer simulados e resolver provas antigas será importante para treinar estratégias de provas, aproveitamento do tempo, resistência para ficar horas concentrado e para conhecer os momentos de maior ansiedade, por exemplo.
“Esse preparo, por si só, pode trazer grande tranquilidade ao vestibulando, que conhecerá o que deverá ser enfrentado. Contudo, ainda que bem preparado, o medo pode continuar a ser grande e atrapalhar bastante. Nesse caso, é importante que o estudante tenha apoio da família, dos amigos e dos profissionais e ao seu redor– professores, coordenadores e orientadores”, explica Pereira.
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Insegurança em relação ao curso escolhido
Quando aparece uma dúvida em relação ao curso escolhido, é importante procurar reconhecer quais são as razões da insegurança. Por exemplo:
- Medo de não conseguir acompanhar o curso?
- Medo de não conseguir ser aprovado no vestibular?
- Ter conhecido outra carreira ou ter pensado em outra possibilidade que também pareceu interessante?
- Insegurança em relação à qualidade ou ao reconhecimento do curso?
- Receio do mercado de trabalho, possibilidades de atuação ou do retorno financeiro?
“Às vezes, a dúvida aparece, pois o estudante ainda não tinha realmente avaliado a escolha com mais cuidado; outras vezes, acontece algo que o faz perceber e refletir sobre aspectos antes não considerados. Ou ele conhece novas possibilidades, novos interesses. Seja o que for, será importante que se dedique a pensar sobre o assunto, que reconheça o que está em questão, que organize as ideias, e que busque informações.”
Algumas dicas são pesquisar mais sobre a carreira, ver sites e vídeos no YouTube; conversar com profissionais e estudantes da área de interesse; ou participar de workshops, aulas experimentais e feiras de profissões.
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Ansiedade para o dia da prova
O ideal, segundo a orientadora, é cuidar da ansiedade ao longo de todo o preparo para os vestibulares. Programar momentos de descanso e lazer, fazer atividade física, terapia, praticar meditação e relaxamento são alguns cuidados indicados.
Existem técnicas de respiração que ajudam a acalmar e podem ser praticadas no dia a dia. O importante é ter em mente que outros vestibulandos estão passando pela mesma situação e a apreensão faz parte dessa fase. Mas caso você sinta que a ansiedade está afetando o seu cotidiano, procure ajuda profissional.
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Cobrança dos pais
Existem vestibulandos que se sentem pressionados pela cobrança dos pais. Nesse caso, é preciso compreender quais são as razões das cobranças. Por exemplo, será que os pais têm noção da realidade do vestibular para o curso escolhido? Caso não tenham, é importante informar.
“Será que eles têm limitações financeiras? Será que têm receio de que o filho não seja responsável? Será que estão ansiosos e, por não poderem se preparar pelo estudante, cobram? Será que acreditam que cobrar é uma forma de ajudar? Será que reproduzem a mesma forma com que foram criados? Será que são competitivos? Ou que estão descontando outras questões no vestibulando? Podem ser muitas razões. Pode ser, até, que o próprio estudante não esteja percebendo que está com uma postura inadequada em relação a seu preparo.”
Então, é interessante compreender o contexto para se posicionar da melhor maneira possível.
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Não saber qual faculdade escolher
A escolha da faculdade exige busca de informações. “Se o estudante não sabe o que escolher, deve pesquisar as possibilidade e ler um pouco sobre cada uma. Ao fazer isto, deve selecionar quais interessam mais; quais, menos. Reconhecendo, assim, interesses e prioridades. Depois, vai se dedicando mais à pesquisa daquelas que interessaram mais”, explica a orientadora.
É importante se informar, por exemplo, sobre os diferenciais de cada universidade, os programas de extensão, as possibilidades de pesquisa, intercâmbio, coletivos, esportes e atividades culturais. Além disso, vale procurar rankings de educação e conversar com profissionais da área para ver como a instituição está posicionada no mercado de trabalho.
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