O que esperar da segunda fase da Fuvest 2021?
A primeira fase pode entregar algumas pistas do que vem por aí em cada uma das disciplinas
Uma boa preparação para o vestibular vai além de saber uma fórmula ou um acontecimento histórico. É preciso entender a estrutura e o funcionamento da prova e, assim, criar um planejamento de estudo estratégico e até personalizado, principalmente na segunda fase com as matérias específicas de cada carreira.
Com isso em mente, se você prestou a Fuvest 2021 e foi convocado para a segunda fase é hora de focar em certas disciplinas. Afinal, no primeiro dia dessa segunda etapa, todos os candidatos deverão resolver dez questões de Língua Portuguesa e uma redação, mas no segundo, cada um irá encarar disciplinas que variam conforme a carreira escolhida.
++Confira aqui a lista de convocados para a segunda fase
E para ajudar você a realizar um estudo mais direcionado, conversamos com diversos especialistas sobre quais assuntos têm mais chances de aparece na prova dissertativa.
PORTUGUÊS
Em relação às questões de literatura, Heric José Palos, coordenador do Curso Etapa, explica que, normalmente, a Fuvest cobra toda a leitura obrigatória em suas provas. Por isso, uma grande aposta para a segunda fase são as obras que não apareceram na primeira: Poemas escolhidos de Gregório de Matos, A Relíquia e Campo Geral.
Mas isso não significa que a prova não poderá retomar alguma das obras já abordadas, de maneira mais aprofundada ou em pergunta envolvendo aproximação entre diferentes obras.
Segundo professores do Curso Poliedro, a prova da Fuvest exige tanto capacidade de análise (identificação de aspectos relevantes de um poema ou do enredo de uma narrativa) quanto capacidade de síntese (relacionar esses aspectos com o contexto histórico ou com tendências literárias ou filosóficas).
Já na parte de Interpretação de Texto, destaca-se um bom equilíbrio entre questões fáceis, médias e difíceis.
Entre os assuntos mais recorrentes, estão o entendimento do texto verbal (texto sem imagem) e do visual (texto em forma de imagem), figuras de linguagem, transposição do discurso, marcas da variante informal, ambiguidade, construção de paráfrases e sugestão de sinônimos.
As questões também pedem explicações de trechos do texto, do sentido de palavras ou expressões, justificativas para o uso de elementos do texto, relações de sentido entre informações verbais e visuais, apontamento de duplo sentido, transcrição de trechos do texto que exemplifiquem algum recurso linguístico e características do gênero textual.
E não se esqueça: são sempre seis questões de língua portuguesa e quatro de literatura.
MATEMÁTICA
Em Matemática, uma análise cuidadosa que se deve fazer, segundo professores do Curso Poliedro, é que, apesar de a primeira fase de ter sido mais fácil do que em anos anteriores, não se deve tomar isso como um padrão ou tendência para a segunda fase. Eles esperam que a prova seja similar às últimas, cobrando conteúdos específicos e com questões que exigem um conhecimento técnico e interpretativo muito elevado do candidato.
Merecem atenção alguns assuntos muito recorrentes que não apareceram na primeira fase, como trigonometria e logaritmos.
Alexandre Borges, coordenador de Matemática do Curso Etapa, diz que Trigonometria, Probabilidade, Progressões aritméticas/geométricas e Equações algébricas (com requintes de números complexos) são assuntos que têm sido abordados nas edições mais recentes da primeira fase da Fuvest e ficaram de fora. Por serem clássicos, têm grandes chances de aparecerem na segunda etapa.
Já Geometria (plana e/ou espacial) e Funções são temas que apareceram na primeira fase, mas que ainda podem aparecer.
Confira aqui uma análise completa da primeira fase
BIOLOGIA
Em Biologia, um tema que merece certa atenção é a fisiologia humana, com os sistemas digestório, circulatório, respiratório, excretor, nervoso e endócrino, que não foram cobrados na primeira fase e costumam cair sempre.
Quanto ao formato, as questões são muito exigentes, por isso, conhecer a minúcia dos mecanismos biológicos, seja em citologia, ecologia, zoologia ou botânica é importante.
“Tópicos de Ecologia, como desequilíbrios ecológicos, também costumam aparecer bastante na segunda fase”, diz Daniel Berto, coordenador de Biologia do Curso Etapa.
FÍSICA
Em Física, normalmente, a segunda fase complementa a primeira e repete alguns assuntos fundamentais, segundo professores do Poliedro.
Nesse sentido, Alexandre Lopes Moreno, coordenador de Física do Curso Etapa, diz que é muito provável que, dos assuntos ausentes na primeira fase, apareçam questões sobre Cinemática, com seus movimentos retilíneos e circulares, e Calorimetria. Vale destacar também dinâmica impulsiva com sistemas isolados, força de atrito aplicada aos movimentos, hidrostática e magnetismo.
Já entre os assuntos que sempre são cobrados nas duas fases, atente-se a: trabalho, energia e potência, resistores associados a circuitos, óptica, física moderna (decaimentos, emissão de radiação por núcleos atômicos, conversão de massa em energia) e termodinâmica.
++Principais fórmulas de Física
QUÍMICA
Os especialistas afirmam esperar uma segunda fase complementar à primeira e destacam temas de Físico-Química nas questões.
“O exame na primeira fase praticamente não apresentou questões com cálculos. Tradicionalmente isso não se repete na segunda fase. Na segunda fase é bastante provável que a Fuvest opte por uma prova que envolva mais cálculos matemáticos relacionados à Físico-Química e à Química Geral. Cálculos estequiométricos, bem como cálculos envolvendo conceitos de equilíbrio químico, eletroquímica e cinética podem aparecer”, diz Israel de Souza Almeida, coordenador de Química do Curso Etapa.
Mas alguns temas costumam aparecer nas duas fases desse exame de jeitos diferentes, já que na segunda fase costuma-se cobrar mais cálculos, enquanto a primeira fase é predominantemente conceitual.
++Principais fórmulas de Química
GEOGRAFIA
Em Geografia, a prova específica da segunda fase tem uma cobrança ampla, segundo professores do Curso Poliedro. Ou seja, o vestibular cobra muito, de muitos assuntos, exigindo do candidato um conhecimento aprofundado sobre conteúdos clássicos variados (clima, demografia, urbanização, geologia, agropecuária, etc).
Omar Fadil Bumirgh, coordenador de Geografia do Curso Etapa, destaca alguns padrões no estilo das questões a que o vestibulando deve ficar atento, como contextualização dos temas com a atualidade e interpretação de gráficos, mapas e tabelas.
Já entre os temas de maior relevância, os especialistas destacam:
- Petróleo e pré-sal
- Bacias hidrográficas
- Globalização
- Questão urbana e social
- Cartografia
- Fontes alternativas de energia
- Disparidades socioeconômicas mundiais
- Problemas ambientais
- Agronegócio no Brasil
HISTÓRIA
Thomas Wisiak, coordenador do Curso Etapa, explica que a prova de História na primeira fase costuma ser bem distribuída em relação às partes do programa, mas dessa vez não apareceu nada sobre Idade Média ou História da África, por exemplo.
“A prova na primeira fase trouxe um número maior de questões de História do Brasil em comparação com História Geral. É possível que na segunda fase apareça um pouco mais de História Geral e, mais especificamente, de História Geral Contemporânea e alguma sobre História da África”, diz.
Mas lembre-se que partes da disciplina que apareceram na primeira fase podem ser cobradas novamente na segunda, como outros assuntos de História do Brasil Republicano.
Professores do Curso Poliedro também destacam que a segunda fase da Fuvest é bastante clássica, com questões que exigem conteúdos mais específicos em relação aos períodos históricos. Geralmente elas contam com dois ou três itens para o candidato responder.
O que dá maior densidade e complexidade ao exame é que na maioria das questões não há o mero “cite”, e sim o “explique” ou o “relacione”, que são mais complexos de responder. Por isso, é necessário saber organizar bem o tempo e dominar a escrita, além do conteúdo.
ATUALIDADES
Segundo Daniel Palenewen, professor do Curso Poliedro, as questões de Atualidades podem aparecer de várias formas e, em alguns casos, fazer pontes entre passado e presente. “Já houve questão cobrando a antiga Mesopotâmia e fazendo comparações com o cenário da atual crise no Iraque (item A Antiguidade, B Atualidades). Houve outra sobre o Brexit que trazia um texto explicando a questão. O item A pedia para o candidato explicar as origens da União Europeia (anos 1950), enquanto o B pedia para apontar as razões da saída do Reino Unido do bloco”, conta.
Outras questões focam apenas em temas atuais e interligam os itens. Ele explica que recentemente uma questão destacou um país sem informar o nome. O item A pedia simplesmente que fosse identificado o país marcado no mapa e o item B questionava em quais polêmicas estava envolvido o tal país.
“É uma prova conteudista e que exige do candidato a capacidade de relacionar mapas e informações prévias, ou períodos passados e o presente. E é preciso estar ligado ao noticiário”, diz o professor.
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